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Rebeca Batista da Silva
Coluna "Mãe e bebê, vida que segue"

Educação, a arte de lidar com as emoções

Rebeca Batista da Silva *

A criança, até completar três, quatro anos, não tem competência cognitiva e nem recursos para lidar com a frustração. Por exemplo, um bebê cheio de curiosidade e desejos, quando tem suas vontades reprimidas aparece um sentimento muito forte de decepção.

Contudo, com o passar do tempo e o modo de educação que recebe, a criança aprende a transformar essa raiva em um comportamento aceito pela sociedade e pelos pais. Descobre uma maneira para lidar com as frustrações, porém, após os dois primeiros anos de vida, aparecem outros fatores que levam à agressividade.

Tais fatores podem ser sinais de que a criança está insegura com o contexto familiar e encontra no comportamento agressivo uma maneira de dizer que precisa de atenção, explicações, carinho e até limites para se sentir bem novamente.

Também temos que ser cuidadosos, pois muitas vezes esse comportamento é uma imitação. Normalmente, não nos damos conta de como podemos ser violentos no dia a dia. A criança está sempre ali, observando nossas reações, aprendendo com elas e como não sabe argumentar, traduz a energia agressiva que quer imitar para o físico, batendo, mordendo, chutando.

Um bebê que ainda não sabe o que fazer com a frustração precisa aprender que não vai ter todas as suas vontades atendidas se gritar, arranhar ou morder. Cabe aos pais falar firmemente e dizer que não gostaram daquilo, que doeu e que é feio agir assim.

Os resultados de uma boa educação demoram a aparecer e é necessário repetir as regras todos os dias por muitos anos. Quando a causa é uma mudança no contexto familiar, o melhor é conversar com a criança e explicar que as atitudes agressivas não são legais e não vão resolver os medos dela.

No entanto, se o motivo for a imitação do que ela vê em casa, a mudança deve começar pelos pais. Eles devem rever suas maneiras, seus valores, entender que no mundo dos adultos sua forma de agir pode estar no limite aceitável, mas que, quando se trata de educar uma criança, tem de ser diferente e melhor.

Não é fácil lidar com os escândalos das crianças, mas pais que sabem dizer não e sustentam essa posição têm mais chances de ajudar os filhos.

O primeiro conselho para saber lidar com a birra infantil é não se desesperar. Gritar e perder o controle só reforça esse tipo de atitude da criança e assim ela desconfia que você acabará cedendo, especialmente se estiverem em público.

Os pais ao serem firmes e não cedendo a cada vez que o filho fica desapontado ajudam para com que ele saiba lidar com a frustração e, mais tarde, não tenha problemas de relacionamento com outras pessoas.

Para que cresçam adultos equilibrados, as crianças precisam ser impedidas de impor sua vontade sempre para não se tornarem pessoas infelizes, irritadiças, agressivas e depressivas já que o mundo não dá a mesma resposta que receberam dos pais.

Se a criança tem pais coerentes com o que dizem e fazem, se tornam filhos disciplinados dos sete anos até pelo menos a adolescência, quando a rebeldia pode surgir dependendo de como essa criança foi acostumada a lidar com as frustrações.


Rebeca Batista da Silva é enfermeira intensivista (Coren-SP 171720), graduada em enfermagem pela Universidade de Pernambuco-UPE e pós-graduada (Especialista) em UTI neonatal e pediátrica.

e-mail: becabatista@yahoo.com.br

Publicado no Portal da Família em 29/08/2013

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