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O filho único

J. A. Vallejo Nájera

Ainda que ser filho único não constitua uma "enfermidade", todo mundo reconhece que este tipo de criança tem propensão a problemas particulares: é frágil, caprichoso, tímido, tirânico com os seus, tem dificuldades de adaptação com seus companheiros e para integrar-se num grupo e reage freqüentemente com desconcerto ou rebeldia. No conceito de filho único não entra apenas aquele que realmente o é, mas também o menino que só tem irmãs, ou vice-versa, e o 'temporão' da família, a criança que tem irmãos com uma diferença de idade muito grande.

Ser "filho único" depende, às vezes, da casualidade ou da natureza; mas outras vezes são os pais quem por razões econômicas (para dar a seu filho todas as possibilidades) ou afetivas (para concentrar o foco de seu carinho nele) decidem ter um só filho. Geralmente, estes pais tem uma característica muito particular, pois se comprovado que 53 por cento das mães de filhos únicos são extremamente possessivas e absorventes.

Esta criança, ao conviver basicamente com adultos, que se convertem em seu único ponto de referência, utiliza um vocabulário demasiado rico, se apropria de idéias que não se encaixam em sua idade, e seus costumes, diversões e vida em geral tendem a parecer com a dos adultos. De caráter bastante possessivo, costuma ter um nível intelectual superior ao normal para sua idade. Tudo isto o diferencia do grupo, provocando o repúdio de outros em torno dele, não se encaixa e não sabe superar este problema inesperado: que os outros não o aceitem.

Tem grandes dificuldades em suas relações afetivas com os demais. Ao não ter irmãos, elemento essencial no desenvolvimento da criança como ser social, o filho único tende ao isolamento e a criar uniões excessivas com seu pai ou com sua mãe, fora das quais muitas vezes em que se sente inseguro.

Ao longo da infância pode haver mais ou menos complicações, mas os verdadeiros conflitos surgem na adolescência. Alguns filhos únicos continuam relacionando-se com seus pais num plano infantil, dependente e submisso, outros, ao contrário, se rebelam contra a tutela familiar excessiva e reivindicam a liberdade e a independência que lhes corresponde pela idade, chegando as vezes a produzir rupturas violentas e separações totais com os pais.

As perspectivas são certamente desalentadoras. Algumas estatísticas dão até 42 por cento de alterações de caráter no filho único. O que é seguro é que parecem ser mais instáveis, mais emotivos, mais coléricos e mais agressivos que os outros, com mais dificuldades para adaptar-se à disciplina escolar e à convivência com o grupo.

Em qualquer caso, o pai ou a mãe de um filho único não precisa ficar desanimado com estas informações. Tudo vai depender da educação que será dada ao filho, que não tem que ser mais rígida nem mais condescendente que a que teria se tivesse outros irmãos.

 

GUIA PRÁTICO DE PSICOLOGIA, temas de hoje, d. J.A. Vallejo Nájera, Madrid

Fonte: EDUFAM - Educacion y Familia - www.edufam.com

Traduzido para o Portal por René Bernardes de Souza Júnior



 

 

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