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Os avós hoje - Que podem fazer?

Oliveros F. Otero & Fernando Corominas


Ao falar dos avós, há que distinguir entre os avós mais velhos e os avós jovens. Estas são as pessoas que começam a ter netos sem idade para ser avós ou avôs. Aqueles são os que passam dos 70 anos (ainda que a idade não diga tudo).

Por isso, quando afirmamos que os avós têm, hoje, um importantíssimo papel a desempenhar, a quem nos referimos?, aos jovens ou aos mais velhos?

Entendemos que a todos, mas os papeis são diferentes, porque suas circunstâncias são diferentes.

Disse Deutsch:

As empresas japonesas vêem com desagrado que na América o termo "velho" não seja sinônimo de "sábio".

A isto mesmo se refere João Paulo II quando afirma que "há culturas que manifestam uma singular veneração e um grande amor pelo ancião; longe de ser distanciado da família ou de ser suportado como um peso inútil, o ancião permanece inserido na vida familiar, continua tomando parte ativa e responsável - ainda devendo respeitar a autonomia da nova família - e sobretudo desenvolve a preciosa missão de ser testemunha do passado e inspirador de sabedoria para os jovens e para o futuro".

Uma pequena observação: o Papa fala de anciãos, não de velhos.

O ANCIÃO, NO APOCALIPSE, É UM HOMEM CHEIO DE FORÇA

Nesta terra, melhor é homem de forças esgotadas, mas com juventude acumulada em sua experiência e em seu coração, se soube aproveitar o tempo para crescer como pessoa.

Nesta terra,"ser ancião implica haver vivido uma prolongada existência, encontrar-se ao final de uma longa viagem, talvez bastante cansado. A ancianidade é também tempo de despedidas; as coisas e os afãs vão lhe deixando".

O ancião é o vazio e o inútil para uma civilização saturada de materialismo hedonista. Por isso, quando se escreve perto deles há que dizer, com força, que "não é verdade que os anciãos sejam inúteis ou constituam uma carga difícil de suportar (...) Nos deram muito, quando se encontravam em plena força; nos dão agora, no acaso de sua vida, com sua presença venerável, com seu sofrimento silencioso, com sua palavra acolhedora.

"Privar à humanidade dos anciãos, seria tão bárbaro como privá-la das crianças".

Mas esta sociedade bem estável e permissiva está disposta a privar-se de uns e de outros.

O ancião é testemunha do passado. Portanto, de um valor incalculável para recuperar, em cada família, heranças espirituais perdidas. As heranças das melhores biografias de outras gerações dessa mesma família.

É assombroso ver o pouco interesse que há, em muitos lugares, por saber algo mais dos melhores antepassados. Os avós mais velhos poderiam dar-nos alguma notícia deles, isto é, de seus avós. E assim, além disso, eles seriam menos protagonistas e mais testemunhas.

Na realidade, "a vida dos anciãos ajuda a esclarecer a escala de valores humanos; faz ver a continuidade das gerações e de maneira maravilhosa a interdependência do Povo de Deus. Os anciãos têm além disso, o carisma de romper as barreiras entre as gerações antes de que se consolidem".

Desde a orientação familiar, se lhes pode ajudar aos avós mais velhos "a descobrir e a valorizar as incumbências dos anciãos na comunidade civil e eclesial, e em particular na família", citando palavras de João Paulo II.

Por outro lado, são inspiradores da sabedoria para os jovens e para o futuro. Isso ocorre, realmente, quando forem capazes de superar as diferentes crises, que se dão, na vida humana, entre fase e fase, e alcançarem a fase vital do homem sábio, daquele que sabe que tem, superada a crise do desprendimento. E além disso, não foram marginalizados da vida familiar de seus descendentes.

Desde a orientação familiar, se pode fazer muito, a este respeito, com os avós mais velhos, com seus filhos, com suas noras e genros, com seus netos, para que eles possam unir dois tempos - às vezes, bem longe -: o passado e o futuro, no presente de sua família extensa.

E os avós jovens?

Com respeito a isso, podemos dizer que estamos treinando uma nova geração de avós:

OS AVÓS DO SÉCULO XXI

Para então serão avós mais velhos. Hoje, são todavia:

- ATIVOS
- TRABALHADORES
- JOVENS DE ESPÍRITO
- COM MAIS TEMPO LIVRE, TALVEZ
- COM GRANDE EXPERIÊNCIA
- COM ILUSÃO
- CAPAZES DE SEGUIR APRENDENDO

Capazes de aprender a ser avós. E considerando esta aprendizagem com uma nova ilusão, como um voltar a começar para seguir a abertura, em uma sociedade que todos necessitamos.

Ocorre, com certa freqüência, que as famílias fundadas por seus filhos são diferentes à sua:
- trabalham os dois fora de casa;
- não têm pessoas que lhes ajudem;
- costumam andar sem tempo.

Mas também têm filhos - às vezes muitos filhos - e têm o direito e dever de educá-los. É verdade que devem viver sua própria vida familiar, sem interferências, sem intromissões, mas também é certo que vivem em uma sociedade que deveria ajudar-lhes. E os avós formam parte dessa sociedade.

Tudo o que chegaram a ser estes avós jovens podem canalizá-lo em benefício de outros: de sua própria família, da sociedade na qual vivem.

Às vezes, se ocuparão diretamente de seus netos, nem tanto para uma ação educativa como para uma ação cultural, certo que são os primeiros responsáveis na função familiar de:


CONSERVAR E TRANSMITIR VALORES DO ESPÍRITO

Com freqüência, continuarão ocupando-se de seus filhos, porque continuam sendo seus filhos, ainda que esteje já casados, ainda que sejam pais, porque a responsabilidade paterna ou materna não desaparece enquanto os filhos vivam nesta terra.

Desde a orientação familiar, os avós podem ajudar - jovens ou velhos - a ver o muito que podem fazer e o pouco que não devem fazer.

Podem ajudá-los a ver que um de seus objetivos consiste, sem dúvida, em:

-ampliar a visão familiar das gerações.

Se lhes ajudará a descobrir que:

- ser avô jovem é começar a aprender a dar como avô, harmonizando o material e o imaterial desse dar;

- ser avô jovem é também começar a aprender a receber como avô. Será, sobretudo, um receber inmaterial, mais ou menos esperado, para dar mais.

Por tudo isso, é uma lástima que muitos avós jovens não busquem orientação ou assessoramento para começar a sê-lo.

E é uma pena que muitas culturas, "especialmente como conseqüência de um desordenado desenvolvimento industrial e urbanístico, tenham levado e continuam levando aos anciãos a formas inaceitáveis de marginalização, que são fonte às vezes de fortes sofrimentos para eles mesmos e de empobrecimento espiritual para tantas famílias".

OS AVÓS JOVENS DEVEM APRENDER A SER AVÓS DO SÉCULO XXI

 

Oliveros F. Otero & Fernando Corominas - "FAZER FAMÍLIA HOJE"

 

 

 

 

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