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Até que a morte os separe


Reportagem de FABIANA CASO, publicado no jornal O ESTADO DE S.PAULO em 23/04/2005

Respeito e tolerância são credenciais nos casamentos longos - e felizes!

A cena dos casais de cabeça branca, andando de mãos dadas, em clima romântico, contrasta com o casa-descasa moderno. O divórcio já não representa um tabu como antigamente, quando o casamento durava a vida toda - nem sempre, porque o amor perdurava, mas sim por uma convenção social. No entanto, há casais hoje que quebram a regra e impressionam, ficando juntos e felizes por décadas, ou mesmo para sempre.

A escritora e jornalista americana Judith Viorst - autora do best seller Perdas Necessárias - aborda o tema no livro Casamento para a Vida Toda (Editora Melhoramentos). Baseada em uma pesquisa de anos, ela reuniu depoimentos de recém-casados e gente que já fez bodas de ouro, e também fala bastante sobre a própria experiência: a autora está casada há mais de 40 anos.

Para Judith, o casamento é uma entidade que ela chama de o 'terceiro', pela qual vale a pena fazer algumas concessões. E, entre as principais qualidades para conseguir manter um saldo positi vo nesse pacto, ela destaca o respeito e a tolerância. E alerta para os choques iniciais que, invariavelmente, vão acontecer. O segredo é saber que isso é natural (veja entrevista ao lado).

A artista plástica Suely Cauduro Cruz, de 66 anos, e o procurador de justiça aposentado Álvaro da Cruz, de 70 anos, são casados há 43 anos. Aos poucos, eles se adaptaram aos gostos diferentes. Ela viaja sozinha, e respeita a pescaria do marido, por exemplo. 'No início, achávamos que tínhamos que fazer tudo juntos. Aprendemos que não precisa ser assim', comenta Álvaro. Para a esposa, a felicidade no casamento depende de um trabalho consciente. 'Às vezes, é importante se calar. Com o tempo, você aprende a respeitar as posições do outro e isso não é submissão.'

CUMPLICIDADE

A atriz Fernanda Montenegro, de 75 anos, casada há 51 anos com Fernando Torres, de 77, define o que é felicidade em um longo casamento. 'Nunca é aquela felicidade de desenho da Disney, de filme hollywoodiano. Sempre tem horas de encontro e de profundo desencontro', comenta. 'Mas vale a pena superar essas dificuldades por causa da cumplicidade. Apesar de tudo, saber que se tem um canal.

Depois de certos momentos de desencontros, você sente que tem ali uma ponte, uma onda onde a gente se encontra.' Para ela, o essencial é que um parceiro não 'martirize, tiranize nem bloqueie o outro'. - São dois conteúdos em um continente só, dentro do mesmo teto. Há choques incríveis. Mas você tem que olhar para a pessoa como ela é, essa é a prova da resistência. O tempo vai passando, você vai aceitando e, quando vê, já se passaram 50 anos.

O dentista aposentado Antonio M. C., de 78 anos, e a dona de casa Leia C., de 75 anos, são casados há 52 anos. Têm cinco filhos e dez netos. 'Compreensão, amor e tolerância são essenciais para um bom casamento', diz Antonio. 'Sempre são duas pessoas absolutamente diferentes, é preciso que um respeite o outro em todos os aspectos. E que cada um tenha sua ocupação e não invada o espaço do outro, para que, à noite, haja encontro, amor, simpatia e amizade.'

 

 

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