Portal da Família
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É
cuidar que se ganha Paulo Geraldo |
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Para se protegerem uns aos outros. Para tornarem mutuamente mais agradável os anos passados no planeta. Porque é fantástico termos ao nosso lado muitas pessoas que nos ajudam a crescer e a quem podemos tornar felizes. O problema agora é que os homens já não percebem por que vivem juntos. Prezaram um certo tipo de independência - que é uma maneira de serem sozinhos. Tendo esquecido por que razão se juntaram, estorvam-se uns aos outros. São rivais: nas filas de trânsito, no supermercado, no trabalho. Na família. Há muitos que se sentem incomodados simultaneamente pelo fato de terem pais e pelo fato de terem filhos... Aquele que envelheceu e já não pode valer-se a si mesmo é um incomodo para o que ainda não envelheceu. Aquele que fuma é um estorvo para o que não fuma. E aquele que não fuma estorva o fumador. O que está doente incomoda aquele que ainda é saudável. O que quer ouvir música é um estorvo para o que prefere o silêncio. Os homens vivem perto uns dos outros, mas são sós. É uma estranha vizinhança. Como já não amam, tentam prolongar a união - talvez por hábito, talvez por medo, talvez por interesses - sem aquilo que tinha sido a causa da união. Mas o convívio motivado por motivos desse gênero não pode subsistir. Não tem consistência nem alma. Não consegue passar de aparência de convívio. Usaram-se direitos e leis para tentar manter aquilo que não pode ser mantido apenas dessa forma. Para permitir que vários egoísmos se desenvolvessem lado a lado. Em muitos aspectos, a nossa sociedade ocidental faz lembrar um quase-cadáver mantido por uma máquina que lhe faz artificialmente a respiração. Que lhe mantém funções que ele já não é capaz de realizar por si mesmo. Falta muito pouco para que aquele corpo comece a desagregar-se, porque já não tem alma. Só o amor pode manter aquilo que deve a existência ao amor. E o amor não tem nada a ver com direitos. Leva a não pensar em si mesmo, ao sacrifício saboroso pelo outro, a esquecer os próprios interesses. O amor pede apenas o direito de não ter direitos. Quer perder-se no outro, morrer dando vida, gastar-se iluminando e aquecendo. Troca-se de bom grado por um sorriso feliz de quem ama.
Paulo Geraldo Paulo Geraldo atuou como professor do Ensino Básico e Secundário em diversas escolas em Portugal. É poeta e escritor. Mantém o site CIDADELA de estudos da Língua Porguesa, e o site Educar Bem , que trata dos temas como Educação, Família, Adolescência, Caráter e Virtudes, Namoro, Sexualidade e Casamento. Atualmente mora em Coimbra, Portugal. |
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