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Floriano Serra

Coluna "Aos Jovens"
Liberdade

André Pessoa

"Independência ou Morte"... Os jovens proclamam e enfatizam este como lema de suas vidas. Vivemos procurando conquistar o nosso próprio espaço, onde possamos desenvolver plenamente as nossas potencialidades e sermos protagonistas de nosso próprio destino.

A busca da independência absoluta é uma luta que parece não ter fim. Ao nascermos éramos totalmente dependentes de nossos pais. Aos poucos fomos conquistando alguma autonomia. Aprendemos a fazer inúmeras coisas sozinhos, em um desenvolvimento psico-motor espantoso. Mas quando alcançamos o segundo grau concluímos que conquistaremos realmente autonomia se conseguirmos suprir nossas necessidades básicas por nós mesmos. E aí é que descobrimos porque nossos pais insistiam tanto de que tínhamos que ser ávidos de conhecimento. Pois o mercado de trabalho é uma selva, e só vencem aqueles que procuraram efetivamente desenvolver-se plenamente em todos os sentidos. Independência? Então morte à preguiça... e mãos à obra aos desafios que nossos mestres nos propõe.

Mas aí esbarramos em uma primeira limitação, uma espécie de autotraição. Nosso intelecto entende, mas o corpo não corresponde. A vontade é fruto da reflexão e da autodeterminação, tratando-se de uma claríssima manifestação intelectual. Tudo o que se refere à emotividade está ligado ao corpo, que se não for perfeitamente controlado pela vontade, nos faz prisioneiros de nós mesmos. Muito facilmente se confunde as necessidades corporais como sendo fruto da vontade. Veja o eterno dilema do estudante... Ele quer estudar, mas o corpo clama por um futebol ou por uma televisão.

Daí a importância do jovem se esforçar por dominar o próprio corpo. Treinar nas pequenas coisas agora, para conseguir mais tarde alcançar grandes alturas. Trata-se, por exemplo, de acordar cedo sempre, inclusive nos fins de semana, ou de beber água depois, se estou com sede agora, ou de ligar a TV somente depois do dever cumprido, ou de se aprumar já, se vem a preguiça. Aos poucos estaremos desenvolvendo pequenos e bons hábitos, em lugar dos maus. E é um paradoxo. Um bom hábito, quando incorporado, nos alavanca para outro melhor, o que nos dá uma liberdade incrível de fazermos exatamente aquilo que queremos. Um mau hábito, se incorporado, nos joga para baixo, tolhe nosso desenvolvimento global, ficamos uns tacanhos dependentes de nossas futilidades. Queremos liberdade? Então independência de maus hábitos... e morte aos apelos de nossa emotividade.

Existem outras limitações bastante sérias... as que vêem de fora. Uma pessoa de personalidade é aquela que sabe ser diferente da "turma". Às vezes não temos a impressão de que a opinião de nossos colegas tem mais peso do que os sábios conselhos de nossos pais? E não se trata somente se nos chamam de careta... mas se damos bola ao que falam de nós, ou se justificamos nossos maus atos "porque todos fazem...", ou então "porque os tempos mudaram..." Onde está a nossa liberdade se somos escravos dos modismos?

A maturidade se conquista quando descobrimos que a espontaneidade que se prega pelas esquinas nada tem a ver com liberdade. O homem é um ser social, depende dos demais para sobreviver, e se tem um mínimo de solidariedade aos demais, sabe comprometer-se. O espontâneo é um escravo das circunstâncias, não sabe traçar o próprio destino. O verdadeiro exercício da liberdade está em poder e saber escolher em toda a sua potencialidade, ao que iremos nós nos comprometer.



André Pessoa é pai de seis filhos, Mestrado em Orientação Familiar por Navarra, ministra cursos e palestras de Educação de Filhos desde 1995; Graduado pelo IME (Engenharia), Pós-Graduado pela PUC (Administração), FGV (Contabilidade Gerencial), ISE (Programa de Treinamento de Executivos) e Navarra (Orientação Familiar); Consultor da Accenture.
e-mail: andre.v.pessoa@gmail.com


 

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