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Dra. Zilda Arns: uma heroína morta em missão

O terremoto do dia 12 de janeiro de 2010, que destroçou o Haiti causando mais de 100.000 mortes, ceifou também a vida de uma grande mulher, a Dra. Zilda Arns, heroína que morreu em missão: ela estava no Haiti para implantar, junto com a Igreja local, a Pastoral da Criança, que já atinge 72% do território brasileiro além de vinte países da América Latina, África e Ásia [1].

A Dra. Zilda havia acabado de dar uma palestra sobre o trabalho da Pastoral para 120 sacerdotes haitianos num edifício em frente à igreja Sacré Coeur de Tugeau, e estava respondendo a perguntas de alguns padres que permaneceram no local quando o prédio desabou devido ao terremoto, ceifando sua vida.

O trabalho da Pastoral da Criança, fundado por ela em conjunto com o arcebispo de Salvador, dom Geraldo Majella, recebeu uma indicação ao Prêmio Nobel por salvar crianças utilizando medidas simples, como a aplicação do soro caseiro (duas colheres de sopa de açúcar e uma de sal dissolvidas em 1 litros de água potável).

Como muito bem escreveu Roberto Pompeu de Toledo em sua coluna na Revista Veja (Edição 2148 de 20/01/2010, p.130):

"Se o Brasil teve uma redução significativa nos níveis de mortalidade e desnutrição infantil, nas últimas décadas, isso se deve em primeiro lugar à Pastoral da Criança, criada e administrada por ela, com apoio da Igreja Católica, e aos exemplos que semeou.

O índice de mortalidade infantil no Brasil andava pelos 82,8 mortos por 1.000 nascidos vivos, em 1982, quando Zilda foi convocada pelo irmão, o cardeal Paulo Evaristo Arns, então arcebispo de São Paulo, a pôr sua experiência de médica pediatra e sanitarista a serviço de um programa de combate ao problema. Hoje está em 23,3 por 1000. Nas áreas com atuação direta da Pastoral da Criança – são 42.000 comunidades pobres, espalhadas por 4.000 municípios brasileiros – está em 13 por 1000. O que mais espanta, na obra de Zilda, é o contraste entre a eficácia dos resultados e a simplicidade dos métodos. Nada de grandiosos aparatos, nada de invencionices.

O sorinho e a multimistura. O soro caseiro feito de água, açúcar e sal foi o grande segredo no combate à desidratação, por muito tempo a maior causa de mortalidade infantil no Brasil. A multimistura feita de casca de ovo, arroz, milho, semente de abóbora e outros ingredientes singelos foi, e continua sendo, a arma contra a desnutrição.

A multiplicação da boa vontade. A ordem era ensinar e fazer com que os que aprendiam passassem também a ensinar. A Pastoral da Criança conta hoje 260.000 voluntários.

...Noventa e dois por cento do voluntariado da Pastoral da Criança é constituído por mulheres. Uma tarefa dessas é séria demais para ser deixada por conta dos homens. A mulher é muito mais confiável quando se mexe com assunto situado nos extremos da existência, como são os cuidados com o nascimento e a morte, a saúde e a doença.

(Zilda Arns) ...morreu em circunstâncias do tipo que nunca se esquece. Mas, também, em circunstâncias que lhe coroam a vida. Estava no Haiti para, em contato com religiosos locais, propagar a metodologia da Pastoral da Criança. Morreu em combate."

 

Assim como Madre Teresa de Calcutá, a Dra. Zilda Arns era um grande defensora da vida, e totalmente contaria ao aborto. Ela dizia:

“Não basta a gente ser a favor da vida. A gente tem que proteger a vida”. – Zilda Arns

A Dra. Zilda sempre alertava para dados falsos sobre o número de abortos realizados no Brasil que os abortistas usavam para tentar justificar a implantação do aborto e que atribuíam à OMS (Organização Mundial de Saúde). Em fax à Dra. Zilda Arns, a própria OMS esclarece que *nunca* realizou pesquisas sobe o assunto no Brasil [2]:

“ 1. A Organização Mundial de Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde não auspiciaram, financiaram nem realizaram qualquer estudo ou investigação sobre abortos no Brasil.

2. Tampouco temos conhecimento de algum estudo ou investigação
que tenha sido feito com bases cientificamente sólidas e cujos resultados possam extrapolar-se confiavelmente para todo o país.

3. Em alguns documentos oficiais da OMS ou da OPAS, publicam-se informações de fontes nacionais, também oficiais. Porém, nesse caso não temos conhecimento de se haver feito levantamento com informação referente ao Brasil e de âmbito nacional.

4. Há três ou quatro anos, um professor brasileiro fez uma publicação jornalística com dados sobre abortos, assinalando que era uma informação da Organização Mundial de Saúde. Nessa oportunidade nossa Representação enviou uma nota esclarecedora, no sentido do exposto nos
pontos anteriores [...].

5. Lamentavelmente, não é a primeira vez que, levianamente, toma-se o nome da Organização Mundial de Saúde e/ou da Organização Pan-Americana de Saúde para dar informações que não emanam dessas instituições.”

 

Aos deputados que ainda se chocam com os números fictícios dos abortistas, um pedido da Dra. Zilda Arns:

“Peço aos senhores deputados que analisem profundamente o que o povo quer. Como viram, o povo não quer que ampliem o aborto. Em segundo lugar, nós queremos leis que obriguem realmente que a saúde e a educação de qualidade chegue aos mais pobres. Não é matando que vamos fazer educação do povo. É promovendo o povo! Em terceiro lugar, cada vez que tiverem dúvida sobre os dados, nos chame para avaliarmos se esses dados são verdadeiros”. – Zilda Arns

Abortar não é direito. Abortar é violar o direito à vida de outrem!

Segunda a Dra. Zilda, a mortalidade materna decorrente de abortos mal feitos não é motivo suficiente para legalizá-lo [3]:

“A própria Organização Mundial da Saúde [OMS] propaga que a mortalidade materna só diminui no país se houver um bom pré-natal, um bom parto, com pessoal realmente capacitado, todo o material e medicamento necessários, e não pela legalização do aborto”, afirmou.

Como exemplo, Dra. Zilda citou o Chile, país onde o aborto é totalmente proibido. “O Chile registra 17 [mortes de mulheres grávidas] por 100 mil [crianças nascidas vivas], enquanto que o Brasil tem 67 por 100 mil. Não tem nada a ver, não é pela mortalidade materna que se vai legalizar o aborto porque o caminho não é esse. O caminho é melhorar o sistema de saúde e ter mais recursos, mais capacitação de pessoal, medicamentos e uma logística de acesso melhor”, defendeu.

“Eu aconselho às mulheres que estão grávidas, e se for uma gravidez indesejada por estupro ou por qualquer outra maneira, que levem adiante essa gravidez, procurem a Pastoral da Criança, que é realmente forte em ensinar as mulheres a como levar a gravidez para a frente”, defendeu Zilda.

Para ela, “O aborto é um retrocesso à Saúde Pública” [4]. Viúva desde 1978, mãe de cinco filhos e avó de nove netos, para Zilda Arns, médica pediatra e sanitarista, “tentar solucionar os milhares de abortos clandestinos realizados a cada ano no País com a legalização do aborto é uma ação paliativa, que apontaria o fracasso da sociedade nas áreas da saúde, da educação e da cidadania e, em especial, daqueles que são responsáveis pela legislação no país”. Ela vê o embrião como um ser humano completo em fase de crescimento “tanto quanto um bebê, uma criança ou um adolescente” [5].

Grupos de pressão que se auto-intitulam "feministas", mas, que na prática degradam a condição da mulher, e propostas políticas que se auto-intitulam falsamente de "direitos humanos" (como o Programa Nacional de "Direitos Humanos", lançado pelo governo do PT, e que traz como meta, dentre outras coisas, o apoio ao projeto de legalização do aborto), são verdadeira afronta e desrespeito à memória da grande mulher e heroína que foi a Dra. Zilda Arns.

Dra. Zilda “dedicou a existência a minorar o sofrimento dos despossuídos e a evitar o desperdício da vida. Até o último minuto.” [1]

Fontes:

[1] Revista Veja - Edição 2148 de 20/01/2010

[2] Blog O Possível e O Extraordinário - Zilda Arns: “O povo não quer ampliação na lei do aborto!”

http://diasimdiatambem.wordpress.com/2007/07/04/zilda-arns-o-povo-nao-quer-ampliacao-na-lei-do-aborto/

[3] Mortalidade materna não é motivo para legalizar aborto, diz Zilda Arns

Agência Brasil - 6 de Fevereiro de 2008

http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/02/06/materia.2008-02-06.8444669162/view

[4] Vivo pela Vida - 15/01/2010

http://vivopelavida.com.br/2010/01/15/zilda-arns-%E2%80%9Co-aborto-e-um-retrocesso-a-saude-publica%E2%80%9D-2/

[5] Comunidade Boa Semente

http://www.comunidadeboasemente.com/artigos/358-absolutamente-contra-o-aborto

Dra. Zilda Arns com criança no colo

Dra. Zilda Arns

 


 

Publicado no Portal da Família em 31/01/2010

 

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