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Leonardo da Vinci e a Última Ceia

Um homem que fez surpreendentes descobertas científicas mas nunca as publicou. Um dos maiores pintores do Renascimento e, no entanto, deixou poucas obras finalizadas.
(LEONARDO DA VINCI, Martin Kemp, JORGE ZAHAR EDITOR, 2005).

 

Leonardo da Vinci (Anchiano, 15 de Abril de 1452 — Cloux, Amboise, 2 de Maio de 1519) foi pintor, arquiteto, engenheiro, cientista e escultor do Renascimento italiano. É considerado um dos maiores gênios da história da Humanidade.

Nascido num pequeno vilarejo próximo ao município de Vinci, Toscana, Itália. Leonardo era filho ilegítimo de Piero da Vinci, um jovem notário e de Caterina. A mãe de Leonardo era provavelmente uma camponesa.

Lourenço de Médici, um grande humanista e comunicador, inspirou Leonardo na arte da comunicação, fazendo com que começasse a fazer seus quadros mais “parlantes”, com maior animação gestual, o que o levou a se tornar mestre nesta arte. Em toda sua obra pode-se notar a iconografia nas figuras ou personagens de seus quadros.

Em 1498, Milão caiu sem uma batalha para o francês Luís XII. Da Vinci ficou em Milão durante algum tempo, mudando depois de dois meses para Veneza e se mudando novamente então para Florença no final de Abril de 1500.

Em Florença ele ficou a serviço de César Bórgia (também chamado de Duca Valentino e filho do Papa Alexandre VI) como arquiteto militar e engenheiro. Em 1506, voltou a Milão, então nas mãos de Maximiliano Sforza depois que mercenários suíços expulsaram os franceses.

De 1513 a 1516 morou em Roma, onde os pintores Rafael e Michelangelo eram, na ocasião, muito requisitados; porém, Da Vinci não teve muito contato com estes artistas.

Em 1515 Francisco I da França retornou a Milão, e Da Vinci foi designado para fazer a peça central de um leão mecânico para as negociações de paz em Bolonha entre o rei francês e o Papa Leão X onde provavelmente conheceu o rei. Atuou como primeiro pintor, engenheiro e arquiteto do Rei. Foi dado a ele o uso do Castelo Cloux Lucé, próximo ao Castelo de Amboise residência do Rei, junto com uma pensão generosa. Da Vinci e o Rei ficaram bons amigos.

Certa vez, em Florença, ele foi designado a fazer um grande mural público, a Batalha de Anghiari; e seu rival, Michelangelo, para pintar a parede oposta. Depois de produzir uma variedade fantástica de estudos em preparação para o trabalho, ele deixou a cidade, com o mural inacabado devido a dificuldades técnicas.

Só dezessete de suas pinturas, e nenhuma das estátuas, existem atualmente. Da Vinci planejou freqüentemente pinturas grandiosas com muitos desenhos e esboços, deixando os projetos inacabados. Raramente terminava um retrato, embora fizesse muitas experiências técnicas com o pincel.

Talvez até mesmo mais impressionantes que os seus trabalhos artísticos sejam os estudos em ciências e engenhosas criações, registrados em cadernos que incluem umas 13.000 páginas de notas e desenhos que fundem arte e ciência.

Grande inventor de sua época, Leonardo da Vinci era um homem à frente de seu tempo. Seu interesse e criatividade em vários campos de estudo deram, séculos depois, origem a invenções como: salva-vidas, pára-quedas, bicicleta, entre outras.

Os seus cadernos também contêm várias invenções no campo militar: canhões, um tanque blindado movimentado por humanos ou cavalos, bombas de agrupamento, etc., embora considerasse a guerra como a pior das atividades humanas. Outras invenções incluem um submarino, um dispositivo de engrenagem que foi interpretado como a primeira calculadora mecânica. Nos anos dele no Vaticano, planejou um uso industrial de poder solar, empregando espelhos côncavos para aquecer água.

Em astronomia, como a maioria dos cientistas de sua época, acreditou que o Sol e a Lua giravam ao redor da Terra, e que a Lua refletia a luz do Sol devido a ser coberta por água.

Suas obras mais conhecidas são, o afresco "A Última Ceia", pintados diretamente no refeitório da Igreja Santa Maria de del Grazie, em Milão, e o Retrato de Lisa de Giocondo, a La Gioconda ( também chamada de Mona Lisa ), que ele demorou três anos para conseguir pintá-la.

Afresco A última Ceia

A Última Ceia. Data: 1495-1497 – Técnica: Mista com predominância da têmpera e óleo sobre duas camadas de preparação de gesso aplicadas sobre reboco - Dimensão: 460 x 880cm

A Última Ceia (L'ultima cena ou Cenacolo, em Milão) é uma das mais conhecidas pinturas atribuídas a da Vinci, exposta no refeitório do Convento de Santa Maria delle Grazie (Refectory), em Milão assim como a Mona Lisa (exposta no museu do Louvre, em Paris).

Foi feita por Leonardo da Vinci para seu protetor, o Duque Lodovico Sforza. Representa a última ceia de Jesus com os apóstolos antes de ser preso e crucificado, como descreve a Bíblia. É um dos maiores bens conhecidos e estimados do mundo. Ao contrário de muitas outras valiosas pinturas, nunca foi possuída particularmente porque não pode ser removida do seu local de origem.

O Duque mandou construir o convento para, entre outras coisas, servir de lugar para sepultar seus familiares. O tema era uma tradição para refeitórios, mas a interpretação de Leonardo deu um maior realismo e profundidade.

Parcialmente pintada na forma tradicional de um afresco com pigmentos misturados com gema de ovo ao reboco úmido incluindo também um veículo de óleo ou verniz. Da Vinci testou uma nova técnica à solução das tintas com predominância da têmpera não sendo muito feliz. Não foi testada suficiente não se ajustando as condições climáticas da região e antes que o painel estivesse pronto, apareceram pontos deteriorados que se agravaram durante os anos. A umidade natural da parede, diluindo as tintas, vem causando danos a esta obra prima.

Prestando bem a atenção, você irá perceber em várias imagens, um efeito característico da pintura de Leonardo: a delicada passagem de luz para a sombra, quando um tom mais claro mergulha em outro mais escuro, como dois belos acordes musicais. Esse procedimento recebe o nome de SFUMATO (esfumado, em português).

Descrição da Pintura

Está baseada em João 13:21, no qual Jesus anuncia aos doze discípulos que alguém, entre eles, o trairia. Essa pintura, na história evangélica, é considerada a mais dramática de todas.

Ao centro, o Cristo é representado com os braços abertos, em um gesto de resignação tranqüila, formando o eixo central da composição. São representadas as figuras dos discípulos em um ambiente que, do ponto de vista de perspectiva, é exato.

Da direita para a esquerda se encontram respectivamente Simão (o Zelote), Tadeu, Mateus, Felipe, Tiago (o Maior), Tomé, João, Judas, Pedro, André, Tiago (o Menor) e Bartolomeu.

O interessante em Da Vinci é que ele costumava fazer muitos esboços e rascunhos de suas obras antes da versão final. Num desses esboços da A Última Ceia, ele colocou o nome de cada apóstolo retratado, eliminando dessa forma quaisquer dúvidas sobre quem são cada um dos personagens.

Rascunho de DaVinci da Ultima Ceia

Da Vinci não foi o primeiro artista a retratar a cena da Última Ceia. Há diversas outras obras famosas sobre o tema, como por exemplo o mosaico da Santa Ceia, na basílica de Santo Apolinário, em Ravena (século IV), A Santa Ceia, de Fra Angelico (1400?-1455) e A Ceia, de Rafael Sanzio (1483-1520) entre outros.

Mas Da Vinci representou de uma maneira impressionamente justamente o momento da agitação dos discípulos ao ouvirem o anúncio da traição: Serei eu, Senhor? Serei eu, Senhor? Serei eu, Senhor?, interrogavam-no os discípulos um após outro, mortos de espanto.

A cena ocorreu logo após ao lava-pés, quando, sentados à mesa Jesus falou: Sei a quem escolhi; mas é preciso que se cumpra o que diz a Escritura: “Aquele que come o pão comigo levantará contra mim o seu calcanhar” (Jo 13, 18). E em seguida manifestou claramente a traição já próxima: Dito isto, estremeceu Jesus em seu espírito e declarou abertamente: “Em verdade, em verdade vos digo: um de vós me entregará” (Jo 13, 21). Nessas palavras, o Senhor revelava o que havia de ser o aspecto mais doloroso e terrível da sua Paixão: não as burlas do povo, nem o ódio dos seus inimigos, nem o suplício da Cruz, mas a traição de um dos seus [1]. Repugna-lhe tanto o crime de Judas que, segundo João, "se perturba no espírito" [3].

Detalhe central de A Ultima Ceia

No detalhe da cena, distinguem-se Pedro e João à esquerda de Cristo, e Judas à direita, com o dedo erguido: “Serei eu, Senhor?”. Pedro não pôde suportar a terrível incerteza e, fazendo um sinal a João, sussurou-lhe: Pergunta-lhe de quem é que Ele fala. Jesus indicou então a João quem era o discípulo traidor: É aquele a quem eu der o bocado que vou molhar. E, molhando o bocado, tomou-o e deu-o a Judas Iscariotes (cf. Jo 13, 21-30). Jesus ainda disse: "Decerto que o Filho do homem segue o seu caminho, como dele está escrito; mas ai do homem por quem será entregue! Mais lhe valera não ter nascido" [3].

Desmascarado por Jesus e, descoberto por João, Judas partiu. É um problema muito discutido, desde a Antiguidade, saber ser Judas também recebeu a Eucaristia. Mas a maioria dos atuais especialistas em Sagrada Escritura coincidem em que Judas já havia saído nesse momento.

Tanto Da Vinci como outros pintores se basearam na Tradição oral cristã que começou desde os primeiros Apóstolos, e nos chamados Evangelhos canônicos (Mateus, Marcos, Lucas e João) que foram escritos antes do ano 70 d.C. (com exceção do de João, que deve ter sido escrito por volta do ano 100), quando ainda grande parte das testemunhas da vida de Cristo estavam vivas, e dos quais foram feitos diversas cópias, em aramaico, hebraico antigo e grego, entre outras, que, quando comparados, atestam a fidelidade aos textos originais. Somente a partir do século II, após a geração dos Apóstolos, surgiram autores menos escrupulosos que, para darem autoridade ao que escreveram tardiamente, abusaram do nome de Apóstolos para intitularem os chamados "Evangelhos apócrifos", uns com finalidade edificante, como o Protoevangelho de São Tiago, o Evangelho de São Pedro e o Evangelho de São Bartolomeu; outros com finalidade herética, cujos objetivos eram o de espalhar o erro e perturbar a união dos cristãos, como o de São Tomé, o de São Matias, o de São Filipe, e supostamente um de Judas, atribuído a autores gnósticos (do qual só restam partes fragmentadas de uma cópia escrita em copta, escrita provavelmente entre os séculos III e IV).

Da Vinci assinava seus trabalhos simplesmente como Leonardo ou Io Leonardo. A influência de Da Vinci na história da arte européia é bastante profunda. Algumas técnicas desenvolvidas por ele, destacadamente o sfummato e o chiaroscuro, tornaram-se uma regra para a pintura dos séculos vindouros.

Talvez até mesmo mais impressionantes que os seus trabalhos artísticos sejam os estudos de Da Vinci em ciências e engenhosas criações, registrados em cadernos que incluem umas 13 000 páginas de notas e desenhos que fundem arte e ciência.

Leonardo da Vinci morreu em Cloux, França, em 2 de Maio de 1519, e de acordo com o seu desejo, sessenta mendigos seguiram seu caixão. Foi enterrado na Capela de São Hubert no Castelo de Amboise.

Galeria de outras obras de Leonardo da Vinci

Madona Benois (1478)

Madona e o menino - 1470-1475

A Anunciação - 1472-1474

Ginevra de' Benci - 1474-1478

O Batismo de Cristo - 1475-1478

Madona Benois - 1478-1480

Cabeça de Mulher – 1480

São Jerônimo - 1480-1482

A Adoração dos Magos - 1481-1482

A Virgem das Rochas - 1483-1486

Retrato de um Músico - 1485

Retrato de Mulher - 1490

Homem Vitruviano - 1490

Madona Litta - 1490-1491

A Última Ceia - 1495-1497

Mona Lisa ou La Gioconda - 1502

Batalha de Anghiari - 1503-1505

Virgem com o menino, Santa Ana e São João Batista - 1505

A virgem e o menino com Santa Ana - 1508-1510

Leda - 1510-1515

São João Batista - 1510-1515



 


 

 

Fontes:

[1] Otto Hophan. Judas Iscariotes. Quadrante, 1996.

[2] LEONARDO DA VINCI, Martin Kemp, JORGE ZAHAR EDITOR, 2005

[3] Vida de Cristo. J. Perez de Urbel, Quadrante, 2000.

Mark Harden's Artchive
http://www.artchive.com/artchive/l/leonardo/leonardo_study_supper.jpg

Wikipédia, a enciclopédia livre. Consultado em Março/2007. Endereço: http://pt.wikipedia.org

Museo Nazionale della scienza e della tecnologia Leonardo da Vinci. http://www.museoscienza.org/leonardo/default.asp

Publicado no Portal da Família em 02/04/2007

 

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