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Será que os filhos esperam conselhos dos pais?

Hugo de Azevedo

A resposta é: Sim, os filhos também esperam conselhos.

É o que nos diz Hugo de Azevedo, que escreveu um pequeno livro para ajudar os pais em sua difícil tarefa de ser pais, mas enfocando a questão numa perspectiva pouco habitual: fazendo ver o que os filhos esperam dos pais. O texto a seguir é extraído desse seu livro que tem justamente o sugestivo título “O que os filhos esperam dos pais”.

Os filhos também esperam conselho. Normalmente, os conselhos de rotina não costumam faltar. Umas vezes, são breves (“Cuidado com os automóveis! ”, “Vê lá se não apanhas frio! ”, “Não se esqueça de fechar a porta! ”), outras vezes mais compridos (o sermão sobre o estudo, sobre as más companhias, sobre os perigos do fumo, etc.), fazem parte da solicitude normal dos pais.

Embora os filhos quase não os ouçam ou até se embirrem com eles, são inevitáveis e úteis, pelo menos como expressão de amor. A família não seria família sem essas “chatices”.

Mas também não devem faltar os outros conselhos, diferentes para cada um e para cada caso. Uma coisa é a liberdade e a responsabilidade dos filhos, que se devem fomentar, e outra seria o desinteresse pelos problemas que vão tendo na vida.

Os pais têm obrigação de colocar-se na situação de cada filho e oferecer-lhes a ajuda da sua experiência, fazendo-os ponderar todas as circunstâncias, vantagens e inconvenientes das suas opções, avisando-os sobre os possíveis riscos, animando-os a superar dificuldades, indicando-lhes soluções práticas em que talvez não tenham pensado. E respeitando depois as decisões que eles tomaram.

Conselhos que não dizem nada e o autêntico conselho

Não vale dar conselhos só para evitar responsabilidades futuras. Vou explicar-me melhor.

O “conselho” que mais facilmente nos sai da boca é o de apontarmos os lados negativos das decisões alheias. Como tudo na vida tem os seus riscos, o mais fácil comentário a qualquer decisão de outrem é o de chamar a atenção para as desvantagens. E pronto: parece-nos que com isso já fomos prudentes conselheiros, quando, afinal, o que fizemos foi lavar as mãos, como Pilatos, e ficar com a nossa reserva de “razão”, se porventura – ou por desventura – a resolução do outro se mostrar errada posteriormente.

O rapaz quer ser aviador? Cuidado, porque os aviões às vezes caem! Quer casar com aquela moça? Olha que o casamento é um negócio sério e não sei se a moça te convém... Quer ser sacerdote? Olha que o sacerdócio exige grandes sacrifícios! Etc.

Não são conselhos nenhuns. São apenas um modo de dizer: - Isso é com você! A culpa não será minha, se isso não der certo...

O conselho autêntico exige amor, imaginação, consideração diante de Deus, informação correta, e até a consulta a alguém com maior experiência e autoridade. E depois, conversa amiga, respeitosa e delicada com o filho.

Neste caso ele agradecerá sinceramente, embora os pais não estejam a fazer mais do que a sua obrigação.

pai aconselhando filha

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Fonte: O que os filhos esperam dos pais. Hugo de Azevedo. Quadrante, 1987.

Hugo de Azevedo é doutor em Ciências da Educação, sacerdote e autor de numerosos ensaios, tem desenvolvido uma intensa atividade entre os estudantes universitários portugueses e com pais de família.

Publicado no Portal da Família em 03/09/2016

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