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Auto-avaliação das virtudes humanas

FLEXIBILIDADE

Descrição operativa (como funciona)

"Adapta seu comportamento com agilidade às circunstâncias de cada pessoa ou situação, sem abandonar, por isso, critérios de atuação pessoal."

Para ser flexível, é necessário ter critérios e saber refletir para relacionar a atividade cotidiana com isso. Ser flexível não significa deixar-se levar, mas pelo contrário. Quer dizer aprender a dizer que sim e a dizer que não no momento oportuno. E, além disso, estar aberto ao processo de melhora que existe na infinidade de ocasiões que vão surgindo todos os dias.

A MANEIRA PESSOAL DE VIVER A FLEXIBILIDADE

1. Tenho estabelecidos em minha vida critérios de atuação que me permitem saber que postura tomar em cada momento?

(A flexibilidade não significa provar de tudo, nem deixar-se levar por qualquer influência. Supõe critérios de atuação pessoal que permitem adaptar-se às diferentes situações sem abandonar-se).

2. Adoto uma postura provisional em questões opináveis sem pretender impor-me?

(Ser flexíveis significa usar expressões como "em minha opinião", "dá a impressão de que..." ou "é possível que...").

3. Em questões que afetam a verdade objetiva, sei manter-me firme mas tento adaptar-me às necessidades das pessoas com as quais estou falando ou à situação em que estou atuando?

(Não se pode falar com todo mundo da mesma maneira. É necessário ter "dom de línguas", saber dizer as coisas de maneiras diferentes ou, simplesmente, calar-se em alguns momentos).

4. Habitualmente faço um esforço para distinguir entre aquelas questões que são opináveis e outras que não são?

(Uma das ações mais confusas para os jovens é quando confundem as duas. A atuação dogmática em questões discutíveis é especialmente prejudicial, já que tende a produzir um repúdio para a possibilidade de seguir o processo comunicativo por parte dos jovens).

5. No estudo, tento reconhecer qual informação é certa e que, em princípio, posso e devo aceitar?

(Trata-se de reconhecer a confiabilidade dos autores ou, se não se sabe, recorrer a uma pessoa de confiança, com o fim de pedir seu assessoramento).

6. No estudo de conteúdos mais discutíveis tento usar minha capacidade crítica ao máximo, com o fim de aproveitar o que se pode e desprezar o que não me convém?

(Inclusive em alguns momentos a flexibilidade levará a pessoa a abandonar uma leitura pelos danos que lhe pode causar).

7. Nas relações com os demais tento adaptar-me às suas necessidades e a sua maneira de ser, se vejo que assim posso melhorar a relação ou ajudar às pessoas?

(A pessoa flexível sabe distinguir entre diferentes tipos de pessoas e sabe que tipo de vocabulário utilizar, que profundidade de idéias convém estabelecer, etc.).

8. Tento ajudar aos amigos, colegas de trabalho ou conhecidos, na medida do possível, sem abandonar meus critérios, mas sem ser rígido em minhas proprosições?

(Buscamos o bem dos demais, e por este motivo, às vezes convém trabalhar devagar, ser prudente e introduzir a informação conveniente no momento oportuno).

9. Tento autoconhecer-me em certo grau com o fim de poder notar quando estou falando muito ou pouco, quando convém dar informação ou quando convém calar-se, etc ?

(Este tipo de sensibilidade situacional é um requisito para ser flexível. Às vezes requer a ajuda do cônjuge ou de algum companheiro para ir descobrindo como nos vêem os demais).

10. Em geral tento não ser rígido nem cair na fragilidade? E em caso de equivocar-me, sei retificar?

(A retificação não é mais que o saber adaptar-se a um equívoco. Há educadores que nunca se retificam crendo que, nesse caso, perderão sua autoridade. Não é assim. Ganharão em autoridade contanto de que não se equivoquem muitas vezes!).

A EDUCAÇÃO DA FLEXIBILIDADE

11. Ensino aos menores quais são as regras básicas de comportamento que não devem transgredir?

(As crianças não sabem aplicar muitos critérios a diferentes situações, e assim, convém exigir-lhes para que aprendam a manter-se firmes no fundamental).

12. Tento criar, ou aproveitar, situações para que os filhos/alunos tenham que relacionar-se com pessoas desconhecidas?

(É bom que, desde idades precoces, visitem as casas de seus amigos, passem temporadas com familiares ou participem em intercâmbios organizados pelo colégio, mas sempre que saibam quais são as regras que não devem transgredir).

13. Tento conseguir que os pequenos tenham experiências diferentes, que provem diferentes aficções, que conheçam diferentes lugares?

(Quando as crianças vão crescendo se nota como alguns não querem sair dos lugares ou ambientes conhecidos porque seus educadores não insistiram no tema a tempo).

14. Encarrego diferentes tarefas ou responsabilidades aos filhos/alunos com o fim de que aprendam a se virar com desenvoltura?

(Nos referimos a: ir a um banco com um cheque, fazer a compra, fazer uma viagem sozinhos, por exemplo. As tarefas serão diferentes para cada idade).

15. Ensino aos jovens a escutar e a observar aos demais, com o fim de poder adaptar a maneira própria de manifestar-se à realidade do outro?

(Uma ajuda neste sentido será fazer sugestões com respeito a possíveis perguntas que podem fazer - quais são suas aficções? Como costuma passar os fins de semana? Ou coisas que se podem observar - o interesse do outro em algum tema, manifestado em um olhar, ou numa cara de desgosto).

16. Ajudo aos jovens a matizar suas opiniões, a não ser muito taxativos ou dogmáticos?

(A manifestação taxativa é muito freqüente na adolescência e prejudica seriamente a possibilidade de relacionar-se com muitas pessoas).

17. Debato com os jovens para que se dêem conta de que é fácil abandonar os critérios de atuação pessoal, por querer ser igual aos demais no grupo ou, pelo menos, por não querer ser diferente?

(A influência do grupo é tão grande em algumas ocasiões, que convém fazer um esforço para conseguir que os jovens comecem a relacionar-se com outros que compartilhem os mesmos valores desde muito antes).

18. Ajudo aos jovens a descobrir como os programas na televisão, o cinema ou as condutas retratadas nas revistas tendem a influir sobre os critérios próprios e a fazer pensar que "a flexibilidade" significa o mesmo que "vale tudo"?

(O relativismo é um inimigo da autêntica flexibilidade, pois supõe que não existe nenhum tipo de critério reto e verdadeiro).

19. Ajudo aos jovens a superar seu possível medo ao desconhecido com o fim de que se abram às possibilidades variadíssimas que o mundo lhes oferece?

(Pode ser a insegurança, o medo, a comodidade ou a preguiça, o que produz este tipo de jovem apático e indiferente).

20. Ensino aos jovens a serem prudentes e a retificar quando for oportuno?

(É freqüente ouvir aos jovens pedir desculpas. A frase habitual é "sinto muito". Dizer "sinto muito" pode ser uma expressão que reflete uma autêntica retificação, mas em muitas ocasiões se abusa da frase. Reflete nada mais que um sentimento trivializado. É uma saída fácil para não ter que pensar nas conseqüências dos próprios atos. É fazer o que se quer e a seguir dizer "sinto muito").

 Como proceder à auto-avaliação


No texto encontram-se uma série de questões para reflexão, divididas em duas partes:

1) o grau em que se está vivendo a virtude pessoalmente .

2) o grau em que se está educando aos alunos ou aos filhos na mesma virtude.

Com respeito a cada questão, situe a conduta e o esforço próprio de acordo com a escala:

5. Estou totalmente de acordo com a afirmação. Reflete minha situação pessoal.
4. A afirmação reflete minha situação em grande parte mas com alguma reserva.
3. A afirmação reflete minha situação em parte: Penso "em parte sim e em parte não".
2. A afirmação realmente não reflete minha situação ainda que seja possível que haja algo.
1. Não creio que a afirmação reflete minha situação pessoal em nada. Não me identifico com ela.

Podem-se comentar as reflexões próprias com o cônjuge ou com algum companheiro e assim chegar a estabelecer possíveis aspectos prioritários de atenção no desenvolvimento da virtude a título pessoal ou com respeito à educação dos filhos ou dos alunos. É provável que se descubram muitas possibilidades de melhoria, mas trata-se de selecionar nada mais que uma ou duas, com a finalidade de tentar conseguir a melhora desejada.

As reflexões apresentadas não esgotam o tema, mas dão um ponto de partida para uma auto-avaliação.

 

Extraído do livro "Auto-avaliação das virtudes humanas", de David Isaacs.


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