Monsenhor Javier Echevarría, prelado
do Opus Dei, acaba de publicar o livro "Itinerários de vida cristã" (Planeta+Testimonio)
no qual trata do ser e o agir dos cristãos, e de alguns temas candentes
da Igreja e do mundo contemporâneo: a crise da família , o conceito de
paternidade responsável, o valor e o sentido da corporalidade, etc.
Abaixo, seguem alguns trechos dessa entrevista:
Qual sua opinião sobre a concepção contemporânea
do amor?
Penso que na nossa sociedade foi ganhando espaço uma concepção do amor
desligada do compromisso, isto é, desse componente essencial do amor que
é a fidelidade mútua dos que se amam. E isto o desvirtua e tende a transformá-lo
em egoísmo, em ânsia de simples auto-satisfação.
Pode-se conceber que uma mãe deixe de amar a seu filho porque o da vizinha
é mais bonito? Também por isto a cobertura legal às rupturas matrimoniais
é uma grande tragédia; ao contrário, a exigência recordada por Cristo
-"o que Deus uniu, o homem não o separe"- é fonte e garantia de liberdade
e de amor verdadeiro.
Em sua opinião, qual é a origem última das críticas
à figura do pai na família, de que fala em seu livro?
Ao fim e ao cabo, parece que muitos confundem a identidade do filho com
a do escravo. E então se considera um monstro a todo pai. Jesus Cristo
nos revelou a ternura da paternidade de Deus e a liberdade que nos obtém
a adoção filial que Deus Pai fez de nós em Jesus Cristo.
Muitos casais dizem que as estruturas sociais de
hoje não lhes permite ter todos os filhos que gostariam.
Não se deve ignorar o peso efetivo de certas estruturas sociais, econômicas
e políticas -pobreza, desemprego, custo de vida, etc.- que podem justificar
o uso dos métodos naturais de continência, de acordo com a moral. No entanto,
ao mesmo tempo, infelizmente, existe também uma atitude que não se justifica
pelos motivos citados: põe em dúvida o valor da paternidade ou da maternidade
em si mesmas e, por isso, gerar um filho não se considera já algo indiscutivelmente
bom e desejável, mas sim uma opção entre outras muitas possíveis. Admite-se
que dar a vida a outro é algo incomparável; mas se julga que gerar e educar
outro filho é uma tarefa complexa e arriscada, e se faz um balanço das
satisfações que proporciona e dos sacrifícios que exige, para concluir
freqüentemente que não vale a pena. No fundo, se perdeu de vista o valor
da vida, o sentido do amor e a grandeza da maternidade e da paternidade.
A
entrevista completa pode ser encontrada no site da Opus Dei - www.opusdei.org.br
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a crise da família , o conceito de paternidade responsável,
o valor e o sentido da corporalidade
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