Transcrição do artigo "Nova Proposta para educar bebês", publicado na revista Alô Bebê de agosto de 2001

Estimular o desenvolvimento de todas as potencialidades das crianças na sua fase de maior desenvolvimento cerebral, isto é, do nascimento aos três anos de idade, é a proposta que a escola AeD Aprendizagem e Desenvolvimento trouxe para o Brasil há três anos. Com metodologia importada dos Estados Unidos e adaptada à realidade brasileira com a consultoria de uma instituição de investigação e desenvolvimento neurológico espanhola, a escola propõe aproveitar os "momento certos", chamados janelas de oportunidades, para alavancar ao máximo as potencialidades de cada criança.

"A capacidade intelectual de um bebê depende 70% da educação, dos estímulos recebidos nos primeiros anos de vida e apenas 30% da herança genética", afirma a superintendente da AeD, Julia Manglano. Segundo ela o potencial de desenvolvimento do cérebro pode chegar a 60% na faixa de zero a três anos e certas habilidades perdem-se se não forem devidamente aproveitadas nesse período. A iniciativa pioneira da escola deu origem ao projeto educativo "Superbebê", similar ao método espanhol "Aprendizajes Tempranos"e ao norte-americano "Early Intervention Education". A idéia segue como linha metodológica principal o desenvolvimento das faculdades intelectuais (motora, manual, lingüística, artística, matemática e musical) e as volitivas (valores morais) das crianças.

Os resultados, assegura Julia Manglano, são maior inteligência lingüística (falar duas ou mais línguas), criatividade e iniciativa, auto-estima, facilidade para a prática de esportes, inteligência matemática e raciocínio lógico, liderança, musicalidade, curiosidade e prazer em aprender.

Estimulando seu bebê

Através de diferentes exercícios e jogos pedagógicos, será possível oferecer às crianças bem pequenas uma variada gama de estímulos sensoriais e motores. Entre os exemplos citados pela superintendente da AeD estão exercícios físicos em forma de circuito de obstáculos (em colchões), apresentação aos bebês de palavras, imagens e audições musicais, especialmente com música clássica.

O projeto também valoriza a aquisição de hábitos de ordem, higiene, alimentação e sono, além de privilegiar atitudes de convivência, amizade, iniciativa e esforço. "Assim, ajudamos a formar crianças com uma grande força de vontade, capazes de superarem frustrações e problemas em suas vidas de forma alegre e bem-humarada", assinala a educadora.

A escola tem a proposta de atender o máximo de 80 crianças nas turmas regulares de educação infantil. Hoje, há 35 alunos matrículados. Por isso, a forma encontrada pela equipe pedagógica da AeD para difundir o novo modelo educacional foi oferecer um curso para mães e pais de bebês. Nos Estados Unidos, esse tipo de curso acontece há mais de 40 anos, informa Julia Manglano.

Uma vez a cada semana, os pais inscritos no curso e seus bebês participam de uma aula com duração de 50 minutos e aprendem técnicas de estimulação, através de brincadeiras "simples e divertidas". Cada aula é sempre acompanhada de uma palestra com tema específico como, por exemplo, o funcionamento do cérebro da criança, ensino de duas ou mais línguas, desenvolvimento do talento para a música, do raciocínio lógico-matemático e da inteligência visual.

As mamães e papais aprendem como incentivar seus filhos praticando junto aos profissionais da escola. Depois é só dar continuidade em casa.

Desenvolvimento harmônico

"O que estressa as crianças é a expectativa dos pais", observa Julia, para quem testes e cobranças em excesso podem levar os pequenos à perda de interesse. Ela destaca a importância do entusiasmo materno e paterno para aplicar o método e o respeito ao ritmo de cada criança. Propor atividades divertidas, evitar rótulos e comparações sobre o desempenho são algumas dicas. "Mas a base de todo o processo é o amor incondicional".

O desenvolvimento harmônico das habilidades da criança, diz a educadora, acontece através de sinapses (conexões ou circuitos neurológicos formados a partir da estimulação dos neurônios). "A alfabetização natural não é o nosso objetivo, mas, sim, um sintoma do exercício da inteligência, de uma organização neurológica superior, que permitirá também habilidades de síntese, compreensão e resolução de problemas".

Julia Manglano é Diretora da Escola AeD (www.escolaaed.com.br), Pós-graduada em estimulação infantil pela Escola Européia de Educação, Máster em orientação familiar pelo IEEE, Instituto Europeu de Estudos da Educação, Máster in Business Administration pelo IESE, Universidade de Navarra.
e-mail: aed@escolaaed.com.br

Publicado no Portal da Família em 07/05/2003