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AS MULHERES DO NOVO MILÊNIO

Por ocasião do Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, a Fundação Sistema de Análise de Dados (Seade) divulgou um estudo sobre as condições da mulher no mercado de trabalho na Grande São Paulo. Entre 1994 a 1998, o percentual de participação feminina cresceu de 47,3% para 50,9%, enquanto a masculina sofreu uma diminuição de 74,3% para 72,3%.

Um sinal promissor verificado foi o aumento do grau de instrução da população feminina. Em todo o Brasil, de acordo com dados do IBGE, o índice de mulheres com segundo grau completo é de 20,4% - superior ao da população masculina, 17,5%. A Seade também apurou que há mais ofertas de emprego para mulheres do que para homens, embora estes ainda sejam melhor remunerados que as mulheres.

A diferença entre ambos, entretanto, diminuiu entre 1994 a 1998. Segundo a Seade, a média salarial masculina é de R$ 1.108,00, enquanto que a feminina é de R$ 712,00. O estudo afirma que essa diferença é observada em "qualquer atividade ocupacional", mas não especifica se o salário feminino menor é decorrente de uma atividade normalmente pior remunerada e não considera a carga horária.

Enquanto no Brasil o número de mulheres no mercado de trabalho aumentou, há países em que foi observado o fenômeno inverso. Na França, por exemplo, um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INSEE) revelou que, atualmente, as mulheres são responsáveis por 70% do trabalho doméstico. A mesma porcentagem foi constatada em pesquisa realizada em 1986.

Na Europa, estão surgindo novas medidas para que os pais possam passar mais tempo em casa. Em junho do ano 2000, o Conselho Europeu regulamentou a lei que prevê a licença-paternidade para o homem de até 15 meses, 12 meses pagos na base de 75% do salário. Na França, cerca de 80% dos pais usam a licença. Nos Estados Unidos, existem as Family-friendly employment policies, nome dado às políticas de benefícios oferecidas pelas empresas a pais com crianças pequenas.
São programas como auxílio-creche, babá e amamentação, que fornece uma carro para levar a funcionária até a sua casa e amamentar o bebê.

No Brasil, segundo dados de 1998 da Fundação Carlos Chagas, 48,3% das mães trabalham. Esse fato está levando algumas empresas a fazer certas concessões às mães-profissionais. A Gazeta Mercantil (23/02/2001) relatou a história da analista de sistemas Deborah Vintecinco, de 36 anos.

Há três anos Deborah conseguiu uma vaga em uma empresa de telecomunicações, apesar de ter declarado na entrevista seletiva que o seu plano para o futuro era ter mais um filho. Em dezembro do ano passado ficou grávida e já está planejando um horário mais flexível. Para isso, conta com o apoio da empresa, que não quer perder uma funcionária que ficou entre as dez melhores vendedoras no ano passado.

Fonte:INTERPRENSA - ANO V - Número 45 - www.interprensa.com.br

 

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A mulher avançou no mercado de trabalho, mas enfrenta dificuldades na vida familiar



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