Monoparental, eu ? |
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Rejeitar o "rótulo" de monoparental não resolve o problema causado pela falta de um dos pais
"Família monoparental": a expressão entrou na gíria sociológica nestes últimos 25 anos e agora começa a ser rechaçada como um estigma. O termo se popularizou com o aumento de lares com apenas um dos pais, para dar uma caráter de formalidade a este novo "modelo de família", que seria tão válido como a "família tradicional". Por acaso um adulto que queira realmente a seus filhos não é capaz de educá-los tão bem quanto um casal ? Esse discurso bem-pensante tropeçou com a dura realidade. Nos Estados Unidos, cada vez mais trabalhos - como o de Francis Fukuyama, A Grande Ruptura - mostram os custos sociais das disfunções na família. Também na França, quando se analisam problemas que hoje afetam os jovens (drogas, álcool, indisciplina, violência escolar), logo surge como fator de risco a educação por apenas um dos país. Em relatórios, simpósios e reportagens na imprensa, a família monoparental aparece associada a patologias sociais. É certo que, sob o rótulo "familia monoparental"
encontram-se situações heterogêneas. Na França,
estas famílias com filhos, em sua maioria (85%), estão a
cargo de mulheres. Mas o chefe da família pode ser divorciado(a)
- 60% dos casos - viúvo(a) - 20% - ou solteiro(a) - 20%. O lar
monoparental por causa de divórcio não implica necessariamente
em que o pai tenha sumido da vida dos filhos, mas a verdade é que
isso acontece em metade dos casos. As condições sócio-econômicas
também variam: 72% dos chefes de família monoparental têm
um emprego, mesmo que pouco qualificado ou em meio período. Algumas
mães levam a família adiante sem grandes apuros econômicos,
mas 17% das famílias monoparentais vivem abaixo do nível
de pobreza (contra 9% dos casais com filhos). Mas não é preciso estigmatizar ninguém para compreender
que as famílias monoparental têm, sim, mais dificuldades
que as demais para cumprir sua função, o que está
provocando uma série de problemas sociais. Em primeiro lugar, por
sua proliferação: na França, passaram de 9% dos lares
com filhos em 1968 a 16% hoje (1,7 milhão de lares). E, se os efeitos
de um fenômeno são toleráveis enquanto têm um
caráter excepcional, seus custos sociais se tornam incontroláveis
quando ele se converte em epidemia. Em segundo lugar, se hoje já
é difícil para um casal educar os filhos, custa muito mais
fazê-lo quando se está só. Também é certo que um conjunto de fatores influi na situação
destas famílias, e não apenas o fato de serem monoparentais.
Mas estar sob a responsabilidade de um só pai supõe, por
si só, um dificuldade estrutural, que faz mais difícil superar
os problemas da educação dos filhos, da economia familiar
e da conciliação entre trabalho e a atenção
ao lar. Sabe-se que um bimotor pode aterrissar apenas com um motor em caso de pane. Mas ninguém dirá que tanto faz se o avião funciona com um ou dois motores. E tampouco adianta disfarçar as avarias familiares como "mudanças nos modelos de família". Mais vale um trabalho de prevenção, para reforçar com instrumentos jurídicos, econômicos e educativos a família baseada no matrimônio.
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Cenário: Rejeitar o "rótulo"
de monoparental não resolve o problema causado pela falta de um
dos pais. |
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