Portal da Família
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O compromisso começa com cada um de nós |
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(MujerHoy, 17/10/2012, Ana Veronica Garcia) “O Compromisso começa com cada um de nós”. Assim começou a exposição da professora do Instituto de Estudos Superiores da Empresa (IESE Business School) da Universidade de Navarra e diretora do Centro Internacional de Trabalho e Família, Nuria Chinchilla, durante a I Jornada “O Compromisso, no Masculino”, organizada pela Comunidade de Madrid e o site MujerHoy.com. Depois de analisar a evolução da mulher como mulher, mãe e profissional, ao longo de alguns anos e momentos da história, Nuria Chinchilla estudou se a sociedade (principalmente a espanhola), empresas, instituições e pessoas estão preparadas para dividir as responsabilidades familiares, de modo a tornar possível uma reconciliação com a vida profissional e laboral das mulheres. Afirmando que o feminismo “não consiste de nos disfarçarmos de homens, assumir seus papéis, nem assumir atitudes masculinas, suas condutas nem os seus modos de pensar, mas sim de sermos nós mesmas”, a especialista começou por recordar que as empresas se esqueceram da sua parte humana e disse que devemos começar a “repensar as empresas”. Em sua opinião, a “flexibilidade” é uma das chaves para avançar na reconciliação, já que “se não há flexibilidade, não há família”. Mas, ela adverte, muitas vezes a culpa é da própria mulher que assume e se autoimpõe um “telhado de cimento”, pois, nesse caso, “somos nós mesmas que cremos que não podemos chegar mais alto”. Chinchilla analisa que a mulher entrou na nova realidade do mundo laboral a cem por cento, mas que o homem ainda não o fez da mesma forma em casa, “o que não significa 50% do trabalho de passar a roupa para cada um” e que uma família e uma casa devem funcionar como uma pequena empresa em que há dois donos (CEOs). Para tal, é necessária uma formação desde a escola, uma formação na complementaridade e não na igualdade nem na luta dos sexos, porque “desde o 15º dia da nossa criação já somos fisicamente diferentes”. Acrescentou que alguns dos desafios das empresas e do país passam por aumentar a produtividade, a competitividade e a flexibilidade para se adaptarem às mudanças tornando-se sustentáveis. Atualmente há tensões com os paradigmas estabelecidos que concebem o ambiente profissional e social como masculino–mecanicista, em que uma pessoa é igual a uma máquina, ou parte de um sistema ou função. Busca-se o benefício e o poder a curto-prazo e se ignora a pessoa, que é única e irrepetível. Além da tensão que gera o conceito de que a “mulher-mãe” não produz, em sentido técnico, o que dificulta o acesso e a permanência da mulher no mundo laboral é só se valorizar o trabalho remunerado e ignorar ou ridicularizar o trabalho não remunerado. De acordo com Chinchila, trata-se de encontrar a complementaridade entre homem e mulher, que são seres biológica e psicologicamente diferentes, mas “a mulher deve deixar espaço aos homens em casa porque somos nós as que não lhes damos espaço, devemos ajudá-los a descobrir o seu papel como marido e pai, fomentando a sua chefia masculina, e a recuperar o nosso próprio papel”. A professora da Universidade de Navarra destaca a necessidade de que ocorram “algumas mudanças sociais”. A ausência da flexibilidade no trabalho, a cultura de longas jornadas, de jornadas duplas ou triplas, o teto de cimento que nós próprias nos colocamos, porque achamos que “se subirmos mais um passo não teremos tempo para nossa família”, são alguns dos desafios que temos que começar a resolver, bem como nos darmos conta de que “tudo o que se pode delegar tem que se delegar, tanto em casa como no trabalho”, explicou ao longo da sua exposição. Chinchilla ressaltou que o casal tem que sentar-se para negociar e adaptar-se às mudanças, sincronizar os tempos das trajetórias de ambos e comprometer-se a querer o melhor para os dois e para a família. Para isso, é necessário desenvolver algumas habilidades, tais como:
Na opinião da especialista, “primeiro temos que nos reconciliar com nós mesmos, senão não poderemos nos reconciliar com nada. Não podemos achar que o trabalho vai por um lado e a vida por outro, ou seja, que se o trabalho vai bem nossa vida pessoal vai necessariamente ficar mal, ou ao contrário”. As principais causas do conflito trabalho-família identificadas nas suas pesquisas com pessoas afetadas por esse tipo de problema são:
É preciso elaborar um autodiagnóstico individual que, como expôs Chinchilla, passa por analisar o número de horas de trabalho por dia, o número de horas que se passa com a família e a sobreposição entre trabalho e família (levamos o trabalho para casa e não conseguimos desligar), o que gera órfãos de smartphones e pais de filhos horizontais (os pais saem de casa quando o filho está a dormir e chegam a casa quando o filho já está deitado). A professora falou também que temos de ter bem claro “quem sou e para onde vou”, para conseguirmos planejar e escolher. Também é necessário ouvir os outros: “quando alguém te der um feedback, não diga ‘sim, mas... ’, o que temos que dizer é ‘sim, obrigada’, porque me ajuda a pensar no que me disseram e, assim, me possibilitam melhorar, mesmo que o que tenham dito só seja 5% certo, já serve. Finalmente, Chinchilla resumiu tudo em três paradigmas: 1 - Diferença sem igualdade:
2 - Igualdade sem diferença:
3 - Igualdade na Diferença
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Fonte: Mujerhoy.com http://www.hoymujer.com/Hoy/Nuria-Chinchilla-compromiso-empieza-uno-mismo-698520102012.html Publicado no Portal da Família em 01/04/2013 |
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