Portal da Família
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A FORMAÇÃO
DOS FILHOS NAS VIRTUDES HUMANAS
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A família é uma organização onde se relaciona o mais profundo de cada pessoa, ou seja, sua intimidade. Precisamente por isso cabe à família a aceitação da pessoa tal como é, predominantemente pelo que é e não pelo que faz. Se pensarmos em outras organizações na sociedade, vemos como as pessoas são aceitas por sua funcionalidade. Por exemplo, o jogador de futebol é aceito enquanto marca gols. Quando deixa de marcá-los lhe recusam. No colégio, em princípio, cada aluno é aceito em função de ser estudante. Se não estuda, é recusado. Na família, em troca, cada pessoa tem a oportunidade de ser aceita pelo que é, irrepetivelmente. A escola não é uma organização natural, mas uma organização cultural e, mediante a cultura, apóia aos pais na formação dos alunos. Mas os pais, sendo os primeiros educadores de seus filhos, e convivendo com eles na instituição natural que é família, devem atender, na educação, o que lhe é conatural. Concretamente, se trata de atender ao desenvolvimento dos hábitos operativos bons, que são as virtudes humanas. Não se deve pensar que é lícito delegar esta função à escola. Isto é um motivo importante para dedicar-se ao desenvolvimento intencional das virtudes humanas - seu desenvolvimento é conatural à família -. Mas também devemos reconhecer que a maturidade humana a nível natural é conseqüência do desenvolvimento harmônico das virtudes humanas: a maturidade humana "a qual se manifesta, sobretudo, em certa estabilidade de ânimo, na capacidade de tomar decisões ponderadas e no modo reto de julgar os acontecimentos e os homens" (Conc. Vaticano II, Decreto Optatam totius, II). Para que fique claro o que acabamos de dizer, se poderia afirmar que o "ideal" (mas não realista) seria que as crianças chegassem à escola com todas as virtudes tão desenvolvidas que fizesse falta apenas ajudar-lhes a interiorizar a cultura. Como a realidade não é assim, o centro complementa aos pais este trabalho, mas a ação dos pais é a mais importante. Por outra parte, se falamos de "objetivos", parece que o conteúdo deste livro vai ser muito técnico. Não é assim. O importante dos objetivos não é sua formulação por escrito ou a planificação de algumas atividades para consegui-los, mas, ou melhor, o "querer" esforçar-se para persegui-los. Se não existe o querer, o objetivo deixa de sê-lo automaticamente e entra no terreno dos sonhos. Às vezes será conveniente utilizar a técnica de formular um objetivo por escrito ou planificar atividades para conseguir alguns resultados, mas a base da questão está no grau de intencionalidade que existe ao buscar o êxito dos objetivos. O que queremos destacar é que os pais, para formar a seus filhos no desenvolvimento das virtudes humanas, vão aproveitar os acontecimentos quotidianos da vida de família mais do que planejar atividades. Mas necessitam aumentar a intencionalidade com respeito ao desenvolvimento das virtudes e para isso podem refletir sobre dois aspectos constituintes da virtude. Refiro-me à intensidade com a qual se vive e à retidão dos motivos ao vivê-la. Como aumentar a intencionalidade
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