Se você acredita nas
magias do Natal, quem sabe, depois de ler este artigo, você
conclua que a Paz e a Felicidade estão mais próximas
do que pensamos?
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Muitas
coisas mágicas acontecem porque
estamos no mês do Natal.
Talvez essas coisas mágicas não aconteçam com todo
mundo. Nem mesmo sei se acontecem com muitas ou com poucas pessoas. Mas
acontecem com algumas.- não que estas sejam melhores que ninguém.
Apenas são mais perceptivas a algumas sutis mudanças que
ocorrem no ar, no humor e no amor das pessoas - só porque
estamos no mês de Natal.
Uma mudança visível, por exemplo, no
mês do Natal,
é que as pessoas sorriem mais. Tornam-se mais tolerantes, mais
pacientes. Algumas ficam mais otimistas. Outras ficam mais criativas para
acompanhar o otimismo daquelas, ainda que não tenham boas razões
para serem otimistas. As ruas e os shoppings ficam apinhados de gente
que anda de um lado para o outro, de forma deliciosamente barulhenta.
Os sons, a confusão e as algazarras de dezembro fazem parte do
cenário natalino. Até o trânsito congestionado faz
parte.
Nas empresas, essas mudanças também acontecem, porque
estamos no mês do Natal.
Planejam-se almoços, jantares, encontros de confraternização,
festas de "amigo secreto", concursos, brincadeiras, distribuição
de brinquedos e cestas - sempre com a risonha presença do Papai
Noel, mesmo com a barba fora do lugar e um leve hálito de cerveja.
E as magias do Natal nas empresas não param por aí: os chefes
"durões" relaxam, os "bonzinhos" se derretem,
os racionais contemplam tudo com um olhar condescendente de superior compreensão,
os atrasos são tolerados, as faltas são abonadas...
Porque estamos no mês
de Natal, as
portarias das empresas se enchem de brindes e presentes de fornecedores
e clientes. Algumas Normas internas tentam proibir essa prática,
mas o máximo que conseguem é fazer os brindes e presentes
irem parar em outras portarias residenciais.
Porque estamos no mês
de Natal todas
as equipes de trabalho transformam-se pra valer em equipes de alta performance.
Nunca a integração, a sintonia e a harmonia são maiores
e mais produtivas que no
mês de Natal.
Isso é fácil de perceber nos alegres encontros dos colegas
nos corredores e nas cristalinas gargalhadas nos refeitórios e
mesmo no local de trabalho.
Porque estamos no mês
de Natal, mágoas
e ressentimentos são arquivados. Aquele aumento que não
veio, aquela promoção que não saiu, aquela ofensa,
aquele constrangimento, aquela discussão...tudo isso passa batido
porque estamos no mês
do Natal. E depois,
para coroar as festividades, há o inevitável discurso reafirmando
que as pessoas são o maior patrimônio das empresas. E assim
todos continuam vivendo felizes para todo o sempre - enquanto
durar o mês de dezembro.
Querem saber o que eu realmente gostaria que acontecesse? Que ocorressem
de fato as mudanças às quais me referi neste artigo. Mas
que elas fossem tão duradouras quanto a esperança dos puros
de coração, e que, doravante, eu pudesse escrever, a cada
mês, mais onze artigos iguaizinhos a este, mudando apenas o nome
do mês no título. E que eu pudesse começar o texto
de cada um dos artigos desta maneira:
"Muitas mágicas acontecem..." :
-Porque estamos no mês da Confraternização
Universal...
-Porque estamos no mês do Carnaval...
-Porque estamos no mês da Semana Santa...
-Porque estamos no mês da Páscoa...
-Porque estamos no mês do Dia das Mães...
-Porque estamos no mês do Corpus Christi...
-Porque estamos no mês das Férias...
-Porque estamos no mês do Dia dos Pais...
-Porque estamos no mês da Independência do Brasil...
-Porque estamos no mês do Dia das Crianças...
-Porque estamos no mês da Proclamação da República..."
e aí recomeçaríamos nossa
contínua maratona de fé, esperança e otimismo, porque
teria chegado novamente o mês de dezembro, o mês do Natal.
Outra alternativa seria decretar que, daqui para a frente, o ano inteiro
seria constituído por um único mês, composto de 365
dias, chamado dezembro...
Será sonhar demais supor que a Paz
e a Felicidade poderiam ser conseguidas
simplesmente extinguindo-se o nome dos meses ou transformando-os em um
só?
Ora, não me levem a sério. Esta pergunta faz parte da magia
do Natal. E como toda magia, é só para sonhar com ela.
Floriano Serra é psicólogo, Diretor de Recursos Humanos
e Qualidade de Vida da APSEN Farmacêutica, fundador e diretor-presidente
do IPAT
-Instituto Paulista de Análise Transacional e da SOMMA4 Desenvolvimento
Pessoal e Organizacional. É palestrante e autor de mais de uma
dezena de livros sobre o comportamento humano (o mais recente é
O gerente que veio do céu) e escreve artigos para diversos jornais,
revistas e sites de RH.
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