Portal da Família
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Ser
Pai é ser "presente" Suzy Costa |
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Tais mudanças afetaram
conseqüentemente também a forma de se educar os filhos. A função de
educar os filhos durante muito tempo foi delegada às mulheres.
Com a mulher no mercado de trabalho como ficam as questões e as
responsabilidades da criação dos filhos? Mesmo com tantas transformações
a criação de filhos continua sendo uma tarefa atribuída
culturalmente às mulheres, excluindo o pai, mesmo quando são
apontadas vantagens para as crianças e para os homens nesta participação
mais intensa na criação de filhos. Esta exclusão gera
conflitos dificultando uma maior participação de muitos
pais nas vidas de seus filhos. É bem verdade também que
muitos pais estão procurando o seu lugar nesta nova forma de educar
e hoje em dia é mais comum vermos pais e filhos brincando, passeando
se divertindo juntos. Mas seria mesmo a presença
do pai tão importante para o bom desenvolvimento de uma criança? Uma série de estudos
nos revela que se o papel da mãe é o de acolher o filho
investindo muito afeto nesta relação e mostrando que ele
tem um lugar em seu desejo cabe ao pai servir como ponte para apresentação
e aceitação da realidade à criança. Para Marta Dalla Torre &
Valéria Codato Antonio Silva, por mais que a relação
de total dependência do filho com a sua mãe seja uma necessidade
vital nos primeiros dias de sua vida é necessário também
que a criança possa buscar a sua própria identidade e isto
só é possível quando a mãe volta o seu interesses
para além de seu bebê. Isto acontece quando a mãe
volta a exercer a sua função de mulher inserindo um terceiro
elemento na relação dual entre mãe e filho - o pai.
Por isto é imprescindível que a mãe e o pai não
abdiquem de seu lugar de mulher e homem, pois só assim a transmissão
da lei será possível ao filho. É o pai, apresentado
simbolicamente pela mãe que assim o faz ao incluí-lo no
relacionamento com o filho, que possibilita à criança a
ingressar no mundo da linguagem, do simbólico e da cultura. Sendo assim, a presença
do pai ou de uma figura paterna é muito importante para o bom desenvolvimento
da criança. Tanto é que na ausência do pai biológico
cabe a mãe administrar a ausência do pai, de forma à
não prejudicar sua imagem, tão importante para a formação
do caráter da criança. Faz-se isso tomando duas importantes
atitudes. Primeiro: Evitando transferir
aos filhos problemas que são dos pais, evitando brigas na frente
da criança, evitando ficar falando mal do companheiro para a criança
e evitando usar a criança para se vingar do companheiro. Segundo: conforme Denise
Mendonça de Melo, proporcionando à criança a presença
de uma figura masculina: um avô, um tio ou mesmo um amigo confiável,
mesmo que o contato seja esporádico, o importante é que
haja muito envolvimento afetivo, atenção, carinho e amor.
É importante ter claro
também que todos - homens e mulheres - precisamos de modelos masculinos
para crescer emocionalmente equilibrados e que as ligações
de emoção e afeto entre pai e filho (a) não são
resultados das ligações biológicas e sim que são
formadas nas relações de afeto e cuidado no dia-a-dia. Por
isto, sempre que possível, o pai deve estar presente na vida de
seus filhos acompanhando a gestação, participando de atividades
cotidianas logo após o nascimento do bebê fortalecendo assim
uma ligação que quer queiramos ou não é para
sempre. Se quisermos dar um sentido e resgatar a importância
da figura paterna, precisamos dar uma nova visibilidade à importância
e ao significado da família. Precisamos repensar como vão
os relacionamentos, o diálogo, o investimento de tempo, o carinho
em fim os laços de afeto, afinal como nos diz o Professor Carlos
Ronei de Almeida presidente da Escola de pais de Santo Ângelo -
RS, "a tarefa, difícil sim, mas maravilhosa, de educar é
de inteira responsabilidade de pai e mãe, em igualdade de condições
e em comum acordo, pois só eles têm condições
de dar amor, impor limites, estabelecer planos e metas do que pretendem
para que os filhos alcancem o que todo ser humano, em seu íntimo
mais deseja, mesmo sem saber, que é ser feliz". E para o papai vale lembrar ainda o que Roberto
Shinyashiki, renomado psiquiatra e autor de livros diz. Para ele as maiores
fraquezas dos homens em seus relacionamentos se manifestam na omissão
e na ausência. O homem que procura evoluir enquanto pessoa procura
aprender a ver a beleza do cotidiano e da intimidade, bem como a grandeza
das pequenas coisas renovando os seus relacionamentos com as pessoas que
ama. A ausência do pai gera nos filhos um sentimento de medo de
se envolver em relacionamentos saudáveis. É fato que muitas
pessoas não evoluem no amor porque se ressentem da falta do amor
paterno. Para ser mais feliz é necessário que o homem-pai perceba que também tem direito à sensibilidade e ao afeto, a medos e a alegrias. E quando ele aprender a valorizar isto na sua própria vida conseguirá valorizar isto na vida das pessoas que ama, inclusive na dos filhos sendo não só presença, mas um presente de afeto. Fique por dentro:
Bibliografia: MELO. Denise Mendonça.
Site da Internet SHINYASHIKI. Roberto. Pais
e Filhos: companheiros de viagem. 1º Edição, São
Paulo: Editora Gente, 1992. TORRE. Marta Dalla & Valéria
Codato Antonio Silva - Site da Internet - |
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