FILHOS: QUANDO TUDO ACABA EM FESTA

Mannoun Chimelli

Os talentos dos filhos estão sempre aguardando uma chance para eclodir. Um teatrinho improvisado em dia de chuva ou por ocasião de um feriado - um palco, música, dança, cantos, uma reunião -, e eles trocarão qualquer programa individual por este encontro familiar. Mais ainda, se papai e mamãe resolvem contar casos e fatos da sua própria infância e adolescência, viagens, descobertas, sustos e apertos - como os filhos ficam encantados!

Urge reaprender a festejar em casa os acontecimentos, mesmo aparentemente banais: a vitória que alguém obteve na escola ou no trabalho, os aniversários natalícios e outros aniversários (mesmo das bonecas e bichinhos), fatos, acontecimentos; tudo pode acabar em festa, com uma toalha mais bonita, uns pratos diferentes, um arranjo de flores; mesmo os adolescentes e jovens mais arredios, os tímidos e desconfiados, os que têm "altos programas" fora de casa, não resistirão ao clima alegre e luminoso do seu lar e acabarão por se enturmar com os familiares!

Há uma preocupação justificada com o alcoolismo, fumo e drogas entre adolescentes. Estas e outras sugestões semelhantes são caminhos seguros para afastar esses malefícios dos lares.

Vez por outra, é bom que os pais convidem os amigos de seus filhos, grandes ou pequenos, para um lanche, enquanto estudam, fazem trabalhos de grupo ou brincam. É importante a aproximação com os amigos para conhecer de perto com quem andam, o que pensam, como vivem, sem censuras ou observações depreciativas. E é ótima também uma aproximação com os pais desses amigos, porque, se se criarem laços de confiança baseados no interesse comum tão vital, eles virão e ficarão. E você terá ganho o coração dos seus filhos e dos filhos dos outros, junto com o dos pais.

Estar juntos, numa vida em família, participar, desfrutar de um tempo de convívio, é enriquecedor. Assim não há solidões coletivas, mas um maior conhecimento, solidariedade e respeito mútuos.

Fonte: livro "Gastando tempo com os filhos", Mannoun Chimelli, Quadrante, São Paulo, 1993 - pp. 23-24