"E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.” (João 1:14)”.

Nas minhas lembranças, a alegria antecedia a noite de natal. As cartas a papai Noel eram preparadas e enviadas. O pinheiro, cultivado ao longo dos anos, era trazido para a sala. Meu pai, às voltas com a engenharia de iluminação, unia fios, colocava lâmpadas. Muitos sinos, anjos, bolas de diversas cores, bengalas, botas, etc. eram cuidadosamente amarrados por nós, nos diversos galhos, ficando ao centro a estrela guia. Minha avó e minha mãe pensavam nas compras para a ceia e minhas irmãs escolhiam suas roupas novas. Ah! lembranças de menina.

Anualmente, a família toda se reunia em nossa casa. Éramos ao todo dezoito pessoas. Muita fartura em alimentos, muito contentamento e um sentimento profundo de amor. Rezávamos, comíamos, brincávamos. Os presentes eram aguardados, ansiosamente, pela criançada que ficava à espera do Papai Noel, que nunca se deixava ver. Era uma data de união e afeto.

Os anos se passaram. As perdas naturais foram ocorrendo, mas aqueles que estavam presentes mantinham a tradição. A família se reduz, renova-se no ciclo da vida.

A origem da comemoração do Natal, especificamente no dia 25 de dezembro, aludindo ao nascimento de um Messias, de um Deus, Salvador, é um costume adotado em praticamente todo o planeta. Na Antigüidade, os presentes trocados sinalizavam a renovação.

Na tradição da nossa sociedade, o Natal é a celebração do nascimento do Jesus Cristo. Na atualidade, o consumismo, a corrida desenfreada às compras, toma lugar de destaque. Além disso, o espírito do Natal vem sendo influenciado pelo aumento considerável de diversos divórcios e as suas conseqüentes modalidades de família: uniparentais e recasadas, que acabam gerando nessa data conflitos de lealdades. Desta forma, muita tensão, apreensão e, até mesmo angústia, caracterizam o Natal.

"Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito, o Senhor Jesus Cristo, para que todo aquele que nEle crê, não se perca, mas tenha a vida eterna" (cap. III, versículo 16).

Em mim ficou registrado, mais do que as festas e os presentes, o ritual familiar de amor e união. Deus nos demonstra, através do nascimento do seu filho, o grande segredo do amor: quem ama se dá sem esperar troca.

Lembremos, assim, que a noite de Natal representa mensagem de fé, amor, esperança e renovação tão necessários, cada vez mais, no dia-a-dia das pessoas e na família.