Portal da Família
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Respeito aos filhos |
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José María Lahoz García* |
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Esperamos que nossos filhos nos tratem com o devido respeito e que saibam respeitar os demais. Mas nós respeitamos nossos filhos na mesma medida?
"os jovens de pouca idade têm poucos sentimentos" Evidentemente, surpreende-nos ler estar duas premissas. Entretanto, em contrapartida, não é muito estranho que atuemos como se fosse correto que quanto menor a idade tanto menor os sentimentos e a dignidade. Se não é assim, perguntemo-nos se não é essa a razão de, em certas ocasiões, tratarmos nosso filho sem o mesmo respeito que devemos a qualquer pessoa adulta. Embora pequenos e de pouca idade, sentem-se desprezados quando lhes falamos com altivez, humilhados quando os envergonhamos (às vezes em público), e atônitos quando damos ordens incompreensíveis a seus olhos. Agir assim é a melhor maneira de começar a levantar barreiras que dificultam nossa relação com eles. Por outro lado, se os tratamos com o mesmo respeito do que a qualquer outra pessoa, os ajudamos a se sentir tão importantes como os adultos, dignos da mesma consideração e favorecemos uma comunicação fluida. Respeitar é tratar alguém com a devida consideração. O respeito que temos com os filhos se manifesta na qualidade do tratamento que lhes outorgamos e na atenção em não invadir sem permissão seus espaços de autonomia. Não é a mesma coisa, por exemplo, dizer:
do que dizer:
As vantagens de tratar os filhos com o devido respeito são decisivas. Se nossa relação com eles não se baseia na consideração, torna-se impossível alcançar uma ação educativa eficaz e a convivência, à medida que vão crescendo, será difícil. Duas ótimas razões justificam a necessidade de dar aos filhos um tratamento baseado no respeito:
Quando, em uma festa de aniversário de um amigo, a mãe de Paulo começou a limpar seus sapatos, sacudindo-o com força e repreendendo-o furiosa: "Como você é porco! Olha em que estado deixou isso. Sempre você tem de ser o mais descuidado!", estava colocando-o em evidência à frente de todos e os sentimentos de Paulo foram de vergonha e de ódio em relação à sua mãe. Quando recebem tratamento digno, reagem com atitudes de colaboração. Dizer uma frase amável para pedir algo em vez de uma ordem autoritária e carregada de reprovações gera nas crianças sentimentos de agradecimento que as animam a se identificar e colaborar com a pessoa que não manda, mas pede, lembra, sugere. Não é magia: do mesmo modo que com os adultos, as crianças respondem de acordo com os estímulos que recebem, adaptam-se ao tratamento recebido. Quando ocorre o contrário, é provável que, por despeito, tenham vontade de desobedecer.
Aprendem imitando as palavras que ouvem. Contudo, ao aprender adquirem não apenas esta habilidade, mas conteúdos, atitudes, maneiras de se comunicar. Tão importante como as capacidades que adquirem são as idéias, atitudes e sentimentos que os rodeiam e que também aprenderão por imitação e contágio. É possível que, após o que foi exposto, fique em minhas palavras um eco que não corresponde à minha intenção nem com a realidade. Gostaria de ressaltar que quando falo de respeito, consideração e delicadeza não quero dizer não-intervenção, não quero dizer que não se deva contrariar os filhos, nem que devamos nos deixar levar por suas exigências. Gostaria de deixar claro que admoestar, orientar, informar ou exigir não é o mesmo que insultar, dominar, maltratar ou envergonhar.
Fonte: solohijos.net |
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Tradução: Eduardo Gama, professor de redação e literatura em Jundiaí e Campinas. Mestres em Literatura pela USP, tradutor, jornalista e publicitário. É autor do livro de poemas "Sonata para verso e voz" e editor dos sites www.doutrinacatolica.com.br e www.revisaoetraducao.com.br e-mail: redator@portaldafamilia.org Publicado no Portal da Família em 09/10/2006 |
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