Portal da Família
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ZONAS DE AUTONOMIA
André Pessoa |
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Seu chefe lhe chama em sua sala e lhe diz que é necessário que você viaje... e lhe pergunta se você quer. Você tem que tomar uma decisão!! Caso você esteja já completamente por dentro do assunto, como bom profissional você pode aceitá-la imediatamente!!! Mas... dependendo das conseqüências, talvez seja prudente você antes falar antes com seu cônjuge, ou ao menos lhe comunicar. Quando solteiro você era completamente dono de seu nariz. Tendo contraído matrimônio, o vínculo mudou um pouco a dinâmica do processo de tomada de decisão. Alguns assuntos dizem respeito somente a você, como por exemplo, o seu trabalho. Não há necessidade que você fale ao seu cônjuge que terá que visitar um cliente de manhã, por exemplo. O trabalho é a sua área de autonomia na qual o outro não tem direito de interferir. A volta também é verdadeira... você não tem direito de interferir na área de autonomia que é exclusiva do outro. Por outro lado, pegar a ponte aérea, mesmo que seja para voltar no final do dia, não está na rotina. Quem sabe acontece algo, seu cônjuge lhe procura... e descobre que você está em outra cidade. No mínimo ficará magoado com o seu indiferentismo, com a sua a falta de delicadeza de não ter, ao menos, ligado para lhe dizer que está saindo em uma viagem rápida. Neste caso, você pode tomar a decisão, e comunicar depois, uma vez que em nada interfere na rotina familiar. Há uma pequena diferença se a viagem significa que você terá que chegar em casa muito tarde. Neste caso não causará frenesi ao chefe, se você aceitar a viagem, mas pedir alguns minutos, para que você checar com seu cônjuge, ao telefone, se não há algum assunto familiar marcado para aquela noite. Caso a viagem signifique que você irá passar o fim de semana fora de casa, é prudente que você peça ao seu chefe uma hora para decidir. Existe o risco de que você tenha que adiar a viagem para outro fim de semana. Você vai à sua sala para ligar ao seu cônjuge e conversar com mais calma. O fenômeno descrito acima é a superposição gradativa da sua área de autonomia com a do seu cônjuge. Possivelmente seu cônjuge teria planos de deixar as crianças consigo na tarde de Sábado, para que pudesse tomar um chocolate com as amigas. Ela, por sua vez não levaria tal plano adiante sem lhe consultar, pois estaria atingindo a sua área de autonomia. As áreas de autonomia dos filhos também seriam atingidas, se eles esperassem estar junto durante a tarde. É prudente, portanto, que você ligue para o cônjuge, e discuta os planos de fim de semana com cautela. Imaginando que se trata de uma viagem que durará o mês inteiro, muito provavelmente você pedirá ao chefe alguns dias, para responder se poderá aceitar o encargo. Repare que estamos falando de recusar a viagem!! Você terá que escolher o melhor momento de falar com seu cônjuge, pois seguramente este não é um assunto para ser tratado ao telefone. Quem sabe depois das crianças estarem dormindo seja mais adequado. Poderão conversar com calma, sem que haja afazeres em paralelo atrapalhando. Neste caso você atingiu uma terceira área de autonomia, que é a dos dois juntos. A responsabilidade da manutenção da relação a dois é de ambos. A responsabilidade da educação dos filhos é de ambos. Uma ausência prolongada poderá trazer prejuízo significativo para a relação, e para sua participação em casa. Esta decisão tem que ser ponderada e tomada em consenso. É mais fácil compreender que certas decisões têm que ser tomada em conjunto, como por exemplo, mudanças de emprego ou do colégio das crianças. Mas há outras cujo impacto é menor, como a que descrevemos no parágrafo anterior, mas que se tomadas à revelia do cônjuge, podem causar revolta no outro, por ter que assumir as conseqüências de uma decisão não participou. O casal que se ama é prudente em suas decisões, ponderando sempre a melhor forma manter a unidade, de acordo com as zonas de autonomia de cada um ou de ambos.
André Pessoa é pai de seis filhos, Mestrado em Orientação Familiar por Navarra, ministra cursos e palestras de Educação de Filhos desde 1995; Graduado pelo IME (Engenharia), Pós-Graduado pela PUC (Administração), FGV (Contabilidade Gerencial), ISE (Programa de Treinamento de Executivos) e Navarra (Orientação Familiar); Consultor da Accenture. Publicado no Portal da Família em 25/11/2007 |
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