Portal da Família
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O mito do cérebro imaturo dos adolescentes |
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Thomas Lickona |
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Todos nós conhecemos o enfoque pragmático dado à educação sexual: “É preciso apresentar a abstinência como a melhor opção; mas sejamos realistas e ensinemos também a usar o preservativo”. A tal proposta, deveríamos responder: “Por acaso quando incentivamos os jovens a se absterem das drogas, também os ensinamos a praticar o 'consumo seguro de drogas’? Se estamos convencidos de que uma conduta é prejudicial para um indivíduo e para os demais, como sem dúvida alguma é o caso da promiscuidade sexual, devemos ensinar aos jovens a praticá-la de todas as formas, ou, antes, procuraremos convencê-los de que a nossa convicção é realmente o melhor para eles e para toda a sociedade?”. Esse novo perigo ameaçador é o mito do “cérebro adolescente”. Estou lendo um livro intitulado The Primal Teen: What the New Discoveries About the Teenage Brain Tell Us About Our Kids (“O adolescente primário: O que nos ensinam sobre nossos filhos as novas descobertas sobre o cérebro adolescente”). Nesse livro são citados os “especialistas no cérebro”, que afirmam coisas como esta: “Os adolescentes são afeitos a paixões mais fortes (…) porém sem freios, e talvez não cheguem a ter bons freios (ou seja, a maturidade do córtex pré-frontal, necessária para inibir a conduta impulsiva) até os 25 anos”. Respondi-lhe que se trouxéssemos a esse seminário cem jovens de 15 anos, apontados ao acaso, poderíamos alinhá-los, formando uma progressão contínua, desde os que nunca tiveram relações sexuais nem tampouco praticaram alguma insensatez, até os que mantêm relações sexuais várias vezes por semana, e se entregam a muitas outras práticas sexuais de alto risco. Todos esses cérebros teriam mais ou menos a mesma idade e o mesmo grau de maturidade do córtex pré-frontal. De onde viria, então, a grande variedade com respeito a comportamentos que exigiriam o controle dos impulsos? Acrescentei ainda que, quando eu próprio estava no secundário, nunca tive relações sexuais com a minha namorada, e isso não foi devido ao meu grau de maturidade cerebral, mas unicamente graças aos meus princípios morais e religiosos. Entre outras coisas, eu acreditava que era pecado mortal, e não estava disposto a prejudicar minha alma por isso. Males dizia: “Um apanhado de informações jornalísticas anuncia com grande estardalhaço que a ciência pode explicar por que os adultos têm tanta dificuldade para se relacionarem com os adolescentes: alegam que os jovens têm cérebros imaturos, não desenvolvidos, que os impulsionam a comportamentos perigosos, detestáveis, irritantes para os pais. O que ocorre, porém, é que esse grupo de especialistas e responsáveis por setores públicos, que fazem tais afirmações, incorrem em exageros irresponsáveis e insensatos. Investigadores do cérebro, mais competentes, como Daniel Siegel (Universidade da Califórnia, em Los Angeles) ou Kurt Fischer (Programa Mente, Cérebro e Educação, de Harvard), advertem que os investigadores científicos estão apenas agora começando a averiguar como funcionam os sistemas cerebrais. “Naturalmente, pretende-se usar a ciência do cérebro para definir políticas e métodos, mas o nosso limitado conhecimento do cérebro impõe muitas e sérias limitações a esse empenho. Achando-se ainda nos primórdios de sua história, a neurociência não tem condições de subministrar, de promover uma educação baseada no conhecimento do desenvolvimento cerebral”, afirma Siegel. Com o apoio adequado, os seres humanos, quando se lhes propõem metas elevadas, tendem a esforçar-se para alcançá-las. A castidade é difícil, como tudo o que vale a pena na vida. É hora de que todos unidos, escolas e genitores, subamos de nível. |
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Aceprensa, 2008-02-11, publicado no site Mujer Nueva http://www.mujernueva.org:80/articulos/articulo.phtml?id=7026&td=5&tse=NOT Tradução: mcferreira |
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Publicado no Portal da Família em 26/05/2008 |
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