Portal da Família
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Somos demasiados, ou faltam muitos? |
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Fernando Pascual |
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O alarme de que “somos demasiados” é muito velho. Desde o mundo grego antigo havia planos complicados para evitar que as cidades tivessem uma população "excessiva". Van Rensselaer Potter (1911-2001), cientista dos Estados Unidos, considerou a situação de tal modo urgente que se fazia necessário tomar medidas radicais. Já não bastava difundir o uso de anti-conceptivos, era preciso liberar o aborto para se garantir um controle eficaz da população humana. Pelo contrário, teríamos que reconhecer que foi o egoísmo de alguns poderosos o que ocasionou a falta de milhões e milhões de companheiros de caminho. Isto porque foram abortados, porque foram assassinados, porque nasceram em um ambiente de miséria, que os levou a uma morte precoce. Talvez - há quem pondere - se estivessem vivos esses milhões de ausentes, os governos teriam sido obrigados a construir mais hospitais, a pôr em circulação mais coletivosurbanos, a investir no campo para aumentar a produção, a promover empregos para as novas gerações, a favorecer a construção de edifícios... Mas não se trata disso, a atividade de cada povo? Não somos, nós, chamados a ajudar os que chegam, ao invés de propor análises a respeito dos que não nascerão ou serão abortados, esses que são declarados “sobrantes”? Enorme é o trabalho que deve ser realizado para acolher milhões de crianças que crescem dia a dia e se preparam para a vida adulta. Mas trata-se do trabalho, da missão que cabe aos adultos em face de cada nova geração humana, em que ninguém sobra e na qual cada pessoa tem o seu imenso valor. Faltam muitos no banquete da vida humana. Nós, que temos fé, sabemos que as crianças eliminadas antes de nascer já estão com Deus. Porém a sua morte violenta nos diz o quanto ainda é preciso mudar neste mundo de injustiças que os desprezou, pelo fato de alguns terem dito que “sobravam”. Ninguém sobra neste mundo. Todos necessitamos de todos, e todos podemos aprender ou ensinar a todos. A vida só se faz bela se nos abrimos ao diferente, ao pequeno, ao pobre, ao necessitado, se descobrimos este tesouro que é a alma imortal existente em cada novo ser, se a família se converte em um compromisso de amor aberto para a vida. Neste mundo estão faltando milhões de amigos e companheiros de viagem. Poderemos honrar a sua memória e chorar a sua ausência se nos comprometermos, seriamente, a superar essa cultura de morte que dominou durante anos em muitos ambientes culturais, se construirmos sociedades e nações capazes de acolher, com esperança e justiça, sem discriminações, cada criança que esteja iniciando o percurso de sua aventura humana. |
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Fonte: Mujer Nueva
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Publicado no Portal da Família em 14/02/2009 |
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