Portal da Família
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Paz no trabalho |
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Fábio Henrique Prado de Toledo |
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Hoje é quarta-feira de cinzas. Agora que a festa acabou, penso que seja um bom momento para falarmos um pouco do trabalho, em especial, sobre como anda o ambiente em que desenvolvemos nossa atividade profissional. Um grande amigo me repassou um e-mail que recebeu de um colega seu. Trata-se de uma pessoa que morava há algum tempo na Suécia e resolveu contar-lhe uma de suas experiências naquele País: A primeira vez que fui para lá, em 90, um dos colegas suecos me pegava no hotel toda manhã. Era setembro, frio, nevasca. Chegávamos cedo na Volvo e ele estacionava o carro bem longe da porta de entrada (são 2.000 funcionários de carro). No primeiro dia não disse nada, no segundo, no terceiro... Depois, com um pouco mais de intimidade, numa manhã, perguntei: "Você tem lugar demarcado para estacionar aqui? Notei que chegamos cedo, o estacionamento vazio e você deixa o carro lá no final." Ele me respondeu simples assim: "É que chegamos cedo, então temos tempo de caminhar - quem chegar mais tarde já vai estar atrasado, melhor que fique mais perto da porta. Você não acha?". Olha a minha cara! Ainda bem que levei esta logo na primeira. Deu para rever bastante os meus conceitos dali para frente . . . Essa mensagem simples do sueco pode nos levar a meditar como nos portamos com os nossos colegas de trabalho. Numa propaganda de colchão de alguns anos atrás, dizia-se que passamos um terço de nossas vidas na cama, de modo que há de se cuidar muito bem desse tempo. Penso que a frase sirva, com muito maior razão, para o ambiente de trabalho. De fato, passamos um terço de nossas vidas ou até mais que isso no local de trabalho. Sendo assim, o que fazemos para que esse ambiente seja o mais saudável possível? O primeiro passo para construirmos a paz no trabalho é declarar guerra aos inimigos. E são eles: os mexericos, as fofocas, as maledicências, sempre ditas covardemente pelas costas do colega. Também minam as bases de uma convivência saudável: o oportunismo, a ambição exacerbada que não deixa ver no outro um ser humano, mas um degrau a ser escalado. E essa postura, se não a identificamos e combatemos a tempo, pode chegar ao extremo das traições, das puxadas de tapete, infelizmente muito comuns no mundo em que vivemos. Com boa vontade, não é impossível de se construir um bom ambiente de trabalho. Recordo-me agora de um superior que tive há alguns anos atrás, cujo exemplo me foi muito marcante. Ele estava sempre alegre. Se notava que alguém não estava bem, com delicadeza e inquebrantável bom humor, tentava levantar o astral do colega. Quando terminava o seu trabalho, procurava ajudar os demais, mas o fazia com tamanha delicadeza, que quem recebia a ajuda sequer notava. E não fazia isso para cobrar depois, como quem faz para depois dizer “lembra daquele dia que ...”. Não, fazia o bem por fazê-lo, sem qualquer outro interesse. Por vezes nos encontramos num local de trabalho em que mais parece um ninho de cobra. Temos de tomar cuidado com o que dizer, como dizer, do que falar etc. Nesses casos, pode surgir o desânimo a ponto de pensar que nada se pode fazer, que o melhor é mudar de trabalho. Pode ser que seja essa a melhor solução mesmo, mas é errado pensar que nada se pode fazer. Um sábio me disse uma vez que devemos ser no mundo e, em especial, no ambiente de trabalho, como uma pedra atirada ao lago calmo em um final de tarde. A pedra gera uma onda, e depois outra, e mais outra, até que todo o lago esteja tomado. Assim podemos ser cada um de nós no nosso ambiente de trabalho. Uma palavra de estímulo, um sorriso a quem nos importuna, uma palavra amável em resposta à outra grosseira, o esforço por ajudar desinteressadamente até que se contamine positivamente o ambiente. E não é necessário irmos á Suécia para fazermos isso.
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Fábio Henrique Prado de Toledo é Juiz de Direito em Campinas e Especialista em Matrimônio e Educação Familiar pela Universitat Internacional de Catalunya – UIC. e-mail: fabiohptoledo@gmail.com Blog: http://fabiohptoledo.blogspot.com.br/ Publicado no Portal da Família em 20/03/2011 |
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