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Casamento: Como Trazer de Volta o Amor

Cormac Burke

O instinto conjugal, que leva as pessoas a casar-se e as faz lutar por um casamento feliz, também as impulsiona a curar um casamento ferido ou a refazer uma união desfeita.

“Já não amo o meu marido (ou a minha esposa). O meu amor por ele (ou por ela) foi-se...”. No entanto, esse amor que se foi pode voltar. Para isso, você tem de aprender a perdoar. Se tivesse perdoado antes (e, talvez, tivesse também pedido perdão), o seu amor não teria morrido. Não são as brigas entre marido e mulher que destroem o amor conjugal, mas a incapacidade de superá-las, perdoando e pedindo perdão. As brigas (mesmo as grandes), quando superadas, não só não destroem o amor, como até podem consolidá-lo. As brigas (mesmo as pequenas), quando não superadas, envenenam pouco a pouco a vida matrimonial e podem chegar a torna-la insuportável.

O amor que você teve um dia morreu... Mas que valor tinha ele para você? Com que sacrifícios você manifestou que compreendia o seu valor? O que você fez para protegê-lo? E, de modo especial, o que está disposto a dar agora para revitalizá-lo? O amor pode ser mantido vivo, mas não sem sacrifício. E pode ser revivido, mas não sem renúncia.

“Mas... não estou interessado em revitalizar esse amor. O meu casamento foi um fracasso; simplesmente já não me importo nada com o meu marido (ou a minha mulher)”. É muito provável que isso não seja verdade. O amor conjugal é um tesouro muito grande, demasiado grande para que se possa perdê-lo sem remorsos. Retome o instinto conjugal que o levou a casar-se e tente reaviva-lo na sua pureza, idealismo e generosidade.

Afinal de contas, o instinto que leva a casar-se não é egoísta em si mesmo, e são poucas as pessoas que se casam por motivos meramente egoístas. O casamento deve ser construído sobre a generosidade própria desse instinto: a generosa tendência a ser um bom marido ou uma boa esposa, a aprender a amar o outro tal como é, com os seus defeitos; o generoso impulso de engolir o orgulho, de passar por alto os acontecimentos desagradáveis, de perdoar e esquecer. Simplesmente não é cristão, nem humanamente honrado, imaginar que a vida é governada pelo instinto do “cada um por si”, do “pagar na mesma moeda ”, do responder a uma ofensa com outra.

Há um episódio indelevelmente impresso na minha memória, observado por ocasião de um passeio ao Grand Canyon. Nada tem a ver com aquele formidável espetáculo que a natureza construiu sobre a natureza ao longo de trinta milhões de anos. Tem a ver, pelo contrário, com uma minúscula parcela da humanidade, cujo berreiro ecoava pelo silencioso ônibus ecológico que nos levava pela borda da margem sul do Canyon. A mãe tentava apaziguar a criança, esgotando inutilmente todas as suas reservas de paciência. Não sei o porquê daquela raiva infantil, mas o certo é que irrompeu subitamente num clímax brutal dirigido contra a mãe; aquela voz de três anos de idade, aguda, articulou malignamente cada vogal: “Eu – te – odeio...”. Todos, no ônibus, fomos tomados de espanto e de mágoa, mas esse suspense maligno durou um instante. Foi dissipado pela resposta da mãe, rápida, clara e sincera: “E – eu – te – amo”.

“Mas, dirá alguém, assim é a natureza humana; é o instinto maternal que leva a amar assim”. Concordo. Mas acrescento que o instinto conjugal é igual mente natural, e que é ele que leva as pessoas a quererem ser fiéis no casamento, aconteça o que acontecer, a reagirem com amor pelo marido ou pela esposa quando estes fazem algo desagradável ou odioso.

Quem responde ao desprezo e ao ódio com amor, esse vence sempre. O amor é a arma secreta, o instrumento mais forte; tem a força de Deus.

Se você quer revitalizar o amor conjugal, volte a olhar os pontos positivos que antes notava no seu cônjuge e que foram o motivo do seu amor. É pouco provável que tenham desaparecido completamente; o que você terá de fazer é esforçar-se por encontra-los de novo. E, para isso, terá de afastar decididamente do seu pensamento os pontos negativos que ele tem.

Também poderá ser muito útil procurar os pontos positivos que as amigas da sua esposa ou os amigos do seu marido veem nela ou nele. Nos momentos de tensão, não procure a opinião ou o conselho dos seus próprios amigos, mas o dos amigos dele ou dela. Os primeiros provavelmente não serão capazes de ajuda-lo a ver o seu cônjuge a uma luz mais verdadeira e melhor; mas os segundos – se você lhes der ouvidos – com certeza o farão.


Cormac Burke, no livro Amor e Casamento, Quadrante, São Paulo, 1991, pp.69-71.

Publicado no Portal da Família em 15/12/2013

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