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Segredo para ficar feliz

Pe. Paulo M. Ramalho

Nunca me esqueço de quando li pela primeira vez o que um autor dizia sobre a fórmula infalível para ficarmos tristes: pensar em nós mesmos!

Dizia esse autor: “Quer ficar triste? Então...

Feche-se no seu quarto. Rumine sem parar os seus cansaços, as injustiças e as mágoas que vem sofrendo; amasse tudo isso no seu coração durante vinte minutos e junte um pouco destes ingredientes do passado: saudosismos e recalques. Misture duas xícaras de apreensão pessimista sobre o seu futuro, acrescente três pitadinhas daquelas invejas pegajosas, coloque umas cerejinhas de rancor para servir de enfeite e leve tudo isso ao forno da autocompaixão durante trinta minutos. No fim, terá um bolo monumental de tristeza, demorará três dias para fazer a digestão e ficará mais deprimido do que uma ‘tartaruga neurótica’.” (R. L. Cifuentes,
Alegria de Viver, Quadrante, S. Paulo 1993, p.34).

De fato, as palavras desse autor refletem uma grande realidade: se pensamos muito em nós mesmos, em pouco tempo estamos deprimidos!

Por outro lado, essas palavras nos despertam para a realidade oposta: o segredo para ficarmos felizes. E o segredo é este: pensar nos outros! Passar o dia inteiro pensando nos outros! Chegar ao fim do dia e perceber que não gastamos um minuto em dar voltas sobre nós mesmos.

O famoso filósofo Kierkegaard confirma o que estamos falando quando diz que “a felicidade é uma porta que se abre para fora”.

Relata um médico que há anos foi chamado para curar uma jovem de dezessete anos. Encontrou-a pálida, triste, magrinha. Tinham-na visitado diversos médicos sem nenhum êxito. “Adivinhei o mal; padecia numa gaiola dourada porque era muito rica, não tinha obstáculos que vencer, nem tarefa a que se dedicar. Disse-lhe que se preparasse para sair para dar uma volta”. A moça tinha interesse em saber o objetivo daquela saída, mas o doutor disse-lhe que era um segredo. O tratamento foi bem barato. Levou-a a visitar diversas famílias pobres. Um pouco de companhia e um pequeno presente, mais nada. Nessa manhã voltou para casa contente. À tarde, nova dose de visitas a pessoas necessitadas. Pouco custou para recobrar a saúde e a alegria. Dizia então o médico: o segredo do êxito radicava em ter descoberto algo muito antigo: a importância de pensar nos outros.

Vamos pôr em prática esse conselho! Vamos fazer o propósito de não gastar tempo pensando em nós mesmos, pois pensar em nós mesmos:
- é ficar encerrado na pequenez da nossa existência, mesmo que os pensamentos girem em torno a coisas positivas, nossos sucessos, nossos êxitos, nossas qualidades, nossas posses etc.
- nos leva inevitavelmente a pensar também nas coisas negativas: nossos fracassos, nossas derrotas, pessoas que não nos amam, defeitos e limitações que possuímos, conquistas que até agora não alcançamos etc.

Que passemos o dia pensando nos outros: pensando em ajudá-los, em servi-los, em alegrá-los, em confortá-los etc. Se vocês se esforçarem para pôr esse propósito em prática, podem ter certeza de que se tornarão pessoas muito mais felizes, descomplicadas, leves.

Uma santa semana a todos!

jovens unidos

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Pe. Paulo M. Ramalho é Sacerdote ordenado em 1993. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce; Capelão do IICS (Instituto Internacional de Ciências Sociais).

Site: http://www.fecomvirtudes.com.br

Publicado no Portal da Família em 25/09/2014

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