Era agosto...
Segundo dia de domingo
Céu azul-clarinho
Sol brilhante, amarelinho
Uma canção ouvia-se pela casa
Do papai entoando versos de carinho
Era agosto...
Segundo domingo, Dia dos Pais
Em casa, era tudo alegria
Presentes eram comprados às escondidas
Escolhidos a dedo e especialmente
Para o papai, naquele dia...
Hoje também é agosto...
Segundo domingo, Dia dos Pais
O céu continua azul-clarinho
O sol brilhante, amarelinho
Mas em lugar daquela canção em versos
Ouço apenas meu soluçar baixinho
E nesse domingo de agosto
Quando sentir a dor da sua ausência
Olharei sua fotografia e o verei sem véus
E não haverá presentes, nem o ouvirei cantarolar versos
Mas sorriremos juntos no encontro da mesma saudade
Quando orarmos juntos o "Pai nosso, que estás no céu..."
Por isso, penso com convicção...
Não importa quem meu pai tenha sido
Sinto sua falta, desde a benção ao simples "oi"
Independente de ter sido um pai perfeito, ou não
Porque nem sempre a perfeição justifica o homem
O que interessa é a minha lembrança de quem ele foi.