Descrição operativa (como funciona)
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Para quem tem essa virtude,
uma vez tomada uma decisão, realiza as atividades necessárias
para alcançar o que foi decidido, mesmo que surjam dificuldades
internas ou externas, ou que diminua a motivação pessoal
através do tempo transcorrido.
A EDUCAÇÃO DA PERSEVERANÇA
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1. Ao concretizar metas de melhora para os filhos/alunos,
exijo perseverantemente até conseguir os resultados desejados.
(Seguramente um dos maiores problemas para os educadores é o
de ser perseverante na exigência dos educandos).
2. Exijo aos meninos/as primeiro naquelas coisas em
que lhes é mais fácil cumprir.
(Convém começar pedindo perseverança naquelas
coisas que custam menos esforço, possivelmente relacionadas com
algum interesse da criança ou com alguma capacidade que tem desenvolvida).
3. Seleciono bem os objetivos que quero conseguir
na educação, de tal maneira que posso prestar-lhes a atenção
adequada.
(Se se estabelecem muitas metas, o educador termina exigindo pouco
em muitas coisas, e assim não se conseguem resultados).
4. Exijo em condutas que são adequadas para
a idade do menino/a.
(Com as crianças pequenas se pode exigir para que cumpram uma
promessa, para que acabem a comida, para que terminem uma corrida ou para
que subam a montanha até alcançar o topo. Com os maiores
se tratará de exigir-lhes para que pensem antes de tomar suas próprias
decisões. Isto é, haverá que exigir-lhes muito menos
nas condutas).
5. Distingo claramente que tipo de ajuda devo prestar
aos jovens para que sejam perseverantes em cada ação.
(Segundo a situação se tratará de mandar o que
há que fazer, obrigar-lhes a pensar para que decidam eles ou simplesmente
deixar fazer sem intervir).
6. Introduzo objetivos claros na vida dos filhos/alunos
para que se acostumem a esforçar-se na perseverança.
(Estes objetivos podem estar relacionados com alguma virtude concreta;
serem ações que se deve desenvolver regularmente - recolher
a roupa do banheiro, manter o quarto ordenado, etc. - ou estar relacionados
com uma pessoa - a atenção a um avô ou a um irmão
pequeno por um período de tempo -).
7. Ajudo aos jovens a prever problemas que podem surgir em seus planos
e a quem convém recorrer para pedir a ajuda adequada.
(Se sabem quais são os possíveis problemas, podem prever
possíveis maneiras de superá-los. Por exemplo, um jovem
pode pensar em aproveitar as férias para estudar sem ter em conta
a dinâmica real deste período de férias. Também
necessita saber a quem recorrer quando surgem dificuldades, a um amigo,
ao professor, ou a outro conhecido por exemplo).
8. Ajudo aos jovens a selecionar as metas que proponham
para que estejem adequadamente relacionadas com suas capacidades reais.
(Os adolescentes tendem a ser pouco realistas e necessitam deste tipo
de ajuda).
9. Ajudo aos meninos/as para que se proponham metas
que não estejam muito distantes no tempo.
(Pode-se animar os filhos/alunos a se proporem metas mais distantes
ou menos distantes, de acordo com sua idade e com suas características
pessoais. Em todos os casos convirá dividir a meta em partes).
10. Raciocino com os jovens para que descubram
a importância do que estão propondo e para que compreendam
a necessidade do esforço.
(Parece que custa cada vez mais conseguir que os jovens sejam perseverantes.
A sociedade do bem estar e comodismo em que vivemos se contrapõe
à necessidade de perseverança no esforço. É
necessário que os jovens compreendam o porquê do esforço
que lhes estamos solicitando).
A MANEIRA PESSOAL DE VIVER A PERSEVERANÇA
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11. Me proponho metas interessantes para o futuro.
(A perseverança não é necessária se não
se propõem metas. A melhora pessoal e a educação
requerem estabelecer metas importantes algo distantes no tempo).
12. Divido essas grandes metas em uma série
de "etapas" com a finalidade de saber que estou progredindo
para a meta proposta.
(A experiência mostra que é necessário marcar pontos
concretos de melhora, mais próximos que a meta final, principalmente
para que sigamos a motivação e para que superaremos o desânimo).
13. Quando me proponho metas para o futuro, prevejo
possíveis problemas, com o fim de ter previsto sistemas para superá-los
quando aparecerem.
(A previsão também é parte da virtude da perseverança.
Os problemas imprevistos sempre são mais difíceis de superar
que os que levamos em conta ao estabelecer o projeto).
14. Coloco os meios para obter o desejado, mas reconheço
também quando convém desistir.
(Não é sempre um fracasso deixar de buscar uma meta.
Se alguém se dá conta de que se equivocou no estabelecimento
de uma meta, ou que realmente não existem meios para alcançá-la,
e continuasse empenhando-se no esforço, não seria perseverança.
Seria teimosia).
15. Uma vez que decidi alcançar uma meta, uso
minha vontade para colocar os meios para alcançá-la.
(Há pessoas que estabelecem muitas metas, mas que desistem depois
de um momento de entusiasmo inicial. Mudam de empenho de acordo com o
capricho do momento).
16. Peço a ajuda adequada no momento oportuno
para continuar até o fim.
(Normalmente não se pode seguir uma meta importante sem a ajuda
de outros e especialmente no momento de desânimo, que costuma chegar
depois de um período inicial de entusiasmo).
17. Reflito regularmente sobre o sentido de meus esforços habituais
com o fim de assegurar que o esforço não está sendo
realizado sem sentido, baseado numa rotina vazia.
(Convém ver em que grau os esforços habituais têm
sentido. Alguns servirão, mas outros já haverão perdido
seu sentido. Por exemplo, na adolescência seguramente será
mais importante insistir que os filhos pensem antes de tomar suas decisões
do que insistir para que arrumem seus dormitórios).
18. Quando estabeleço alguma meta nova que
é objetivamente importante, procuro algo que me ocupa tempo na
atualidade, mas que não é tão importante, com o fim
de deixar de fazê-lo e, assim, ganhar este tempo para o novo projeto.
(As pessoas que pretendem ser perseverantes já terão
seu tempo muito ocupado e não é possível seguir somando
uma tarefa encima da outra, um esforço encima de outro esforço.
Por isso, há que pensar no que vai deixar de fazer para a seguir
poder dedicar esse tempo ao novo projeto. Por exemplo, se poderia deixar
de ler o jornal diário ou ver as notícias na tevê
com o fim de estudar).
19. Aproveito os Sacramentos regularmente com o fim
de ser perseverante em minha vida de fé.
(A vida de fé também necessita da perseverança
e desde cedo é necessário ajuda para crescer como filho
responsável de Deus).
20. Peço ajuda a Deus incessantemente
para cumprir bem pessoalmente e para que os que dependem de mim façam
o mesmo.
(A perseverança na vida de fé também requer o
estudo para saber cada vez mais sobre as verdades da fé e a direção
espiritual para assegurar que as metas que nos propomos sejam adequadas).
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Como proceder à
auto-avaliação
No texto encontram-se
uma série de afirmações para reflexão, divididas
em duas partes:
1) o grau em que se está vivendo a virtude
pessoalmente .
2) o grau em que se está educando aos alunos ou
aos filhos na mesma virtude.
Com respeito a cada afirmação, situe a conduta
e o esforço próprio de acordo com a escala:
5. Estou totalmente de acordo com a afirmação.
Reflete minha situação pessoal.
4. A afirmação reflete minha situação em grande
parte mas com alguma reserva.
3. A afirmação reflete minha situação em parte:
Penso "em parte sim e em parte não".
2. A afirmação realmente não reflete minha
situação ainda que seja possível que haja
algo.
1. Não creio que a afirmação reflete minha
situação pessoal em nada. Não me identifico com
ela.
Podem-se comentar as reflexões próprias com o
cônjuge ou com algum companheiro e assim chegar a
estabelecer possíveis aspectos prioritários de
atenção no desenvolvimento da virtude a título
pessoal ou com respeito à educação dos filhos ou
dos alunos. É provável que se descubram muitas
possibilidades de melhoria, mas trata-se de
selecionar nada mais que uma ou duas, com a
finalidade de tentar conseguir a melhora desejada.
As reflexões apresentadas não esgotam o tema, mas
dão um ponto de partida para uma auto-avaliação.
Extraído do livro "Auto-avaliação das virtudes
humanas", de David Isaacs.
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