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A Alma da Escola do Século XXI

Como conseguir a formação integral dos alunos

João Malheiro

 

Capa do livro Alma da Escola

Nº Páginas: 164
Formato: 15 x 21
Chamada:

O aluno precisa descobrir, já na escola, que há uma dimensão ética profunda na realização de seu futuro trabalho, que o levará a amadurecer ao longo da vida e a viver feliz.

O autor João Malheiro, é doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com larga experiência em projetos educativos, palestrante e autor de diversos artigos sobre esse tema. Ele reuniu nesta coletânea 25 artigos que têm como ponto em comum a Educação, notadamente aquela realizada pela escola, embora muitas vezes se dirija também aos pais, responsáveis primários que são pela educação. Todos os artigos já foram publicados em jornais ou periódicos científicos, no entanto, sabemos que pela contribuição que podem oferecer merecem a edição em livro de modo a alcançar um público ainda maior.

Editora: Editora CRV
Preço pesquisado: R$ 34,90 - www.editoracrv.com.br
ISBN: 978-85-62480-70-6
Acabamento: Brochura
Ano de lançamento: 2010

João Eduardo Bastos Malheiro de Oliveira

Afinal, qual é a alma da escola que queremos vislumbrar para este século?

Sou da opinião de que algumas políticas educacionais presentes estão orientando a formação dos professores e suas práticas pedagógicas apenas para satisfazer a dimensão terrena dos alunos – isto é, ocupar um espaço no mercado de trabalho – desprezando outras mais elevadas. Desde os tempos mais remotos, a tarefa de educar sempre objetivou em primeiríssimo lugar que o aluno fosse uma pessoa humana completa, integrando dimensões racionais, volitivas, afetivas, sociais e espirituais. Nunca poderemos esquecer, como apontaram diversos filósofos antigos – como Aristóteles, em “Ética a Nicômaco” – e atuais – como MacIntyre, em “Animais racionais dependentes: Por que o ser humano precisa de virtudes” – que o Homem é um animal racional e dependente dos outros. Tem alma e corpo, e está destinado a ser feliz somente na harmonia consigo mesmo e com os demais. Para isso precisa educar tanto a alma quanto o corpo.

                Ninguém se realiza conseguindo apenas um emprego, por mais qualificado e prestigioso que seja. O aluno precisa descobrir, já na escola, que há uma dimensão ética profunda na realização de seu futuro trabalho, que o levará a amadurecer ao longo da vida e a viver feliz. Não basta, portanto, apenas produzir “ciência sem consciência”, como ocorre hoje em tantos campos do saber ou, o que é pior, trabalhar pensando apenas na remuneração financeira como um fim em si mesmo.

                Este processo difícil e demorado de formação ética é algo que deve ser priorizado tanto na educação familiar quanto na escolar, especialmente nos dias atuais. O descuido com este aspecto essencial da educação é o que está causando a morte da “alma” da escola e, consequentemente, da dos pais, professores e alunos. Parece que, atualmente, as escolas estão muito preocupadas com o seu “corpo” – boas instalações, computadores, esportes, viagens, aprovação no vestibular, sucesso acadêmico e econômico a todo o custo –, mas estão desprezando a “alma”.  Fica fácil intuir, portanto, porque muitos sistemas educacionais estão em processo de putrefação. Infelizmente, é o que acontece na grande maioria das escolas brasileiras, sejam públicas ou particulares. Os alunos que se formam saem dos colégios inanimados, porque não foram formados nessa dimensão ética e transcendental. Muitos conseguirão sucesso acadêmico e profissional, mas não conseguirão responder a questões essenciais da vida: Para que existir? Para que trabalhar? Para que sofrer? Para que morrer? Para que amar? Por que viver as virtudes é necessário para alcançar a felicidade?

                O livro quer convidar o leitor nos seus 25 artigos à reflexão acerca de temas em torno da necessidade de ressuscitar a alma da escola. Esta, sem dúvida, deve ser uma responsabilidade primeiríssima da família, junto com a escola. Tudo indica que é preciso resgatar uma educação mais personalizada, que considere cada pessoa como única no universo, e educá-la a partir daí, ensinando-lhe a vivência das virtudes que a capacitem para o outro. Victor García Hoz, pedagogo espanhol, define como objetivo central da Educação Personalizada “a capacitação do sujeito para formular e realizar seu projeto pessoal de vida”. A educação personalizada apoia-se na consideração do ser humano como pessoa única, e não simplesmente como um ser que reage ao estímulo do meio.


Publicado no Portal da Família em 26/11/2010

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