CHICAGO, Estados Unidos (Reuters), 03/Abr/06 - Músicas, revistas, programas de TV e filmes com uma grande carga sexual levam os jovens a iniciar sua vida sexual mais cedo, agindo talvez como "companheiros" virtuais a lhes dizer que todas as outras pessoas estão fazendo isso, revelou um estudo divulgado na segunda-feira.
"Essa é a primeira vez que mostramos que, o quanto maior a exposição das crianças ao sexo nos meios de comunicação, mais cedo vão praticar sexo", disse Jane Brown, da Universidade da Carolina do Norte (EUA) e principal autora do relatório.
Pesquisas anteriores limitaram-se à TV, disse o estudo que avaliou 1.017 adolescentes entre 12 e 14 anos e, depois uma segunda vez, dois anos mais tarde.
Eles foram observados para medir sua exposição, durante os dois anos, a 264 itens - filmes, TV, shows, músicas e revistas - analisados segundo seu conteúdo sexual.
Em geral, o estudo descobriu que quanto maior os níveis de exposição maior o nível de atividade sexual.
A taxa de adolescentes grávidas nos EUA é de três a dez vezes maior do que a encontrada em outros países desenvolvidos, fazendo desse fenômeno e da exposição a doenças sexualmente transmissíveis uma grande preocupação da área de saúde pública do país, disse o estudo.
Simultaneamente, os pais tendem a não falar com seus filhos sobre sexo de forma sincera e no momento certo, deixando um vácuo no qual os meios de comunicação tornam-se poderosos educadores sexuais, fornecendo "a imagem frequente de que o sexo é divertido e não representa riscos".
O estudo foi publicado na edição de abril de 2006 da revista Pediatrics, da Academia Americana de Pediatria. Uma parte dos dados já havia sido divulgada na revista Journal of Adolescent Health.
A pesquisa foi realizada em várias escolas da Carolina do Norte. Os autores disseram não ter medido o impacto da exposição de material pornográfico na Internet porque, quando a pesquisa começou, em 2001, poucos adolescentes tinham acesso à rede.
Um estudo adicional deveria incluir a exposição a material divulgado via Internet, sugeriram os pesquisadores.
"Foram necessários vários estudos ao longo dos anos para determinar que a violência nos meios de comunicação intensifica o comportamento agressivo das crianças", afirmou o estudo.
"Em vista das descobertas consistentes relacionadas com a violência nos meios de comunicação, seria prudente não esperarmos durante décadas para chegar à conclusão de que os meios de comunicação também são importantes como fontes de normas sexuais para os jovens", acrescentou.
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