Redação Artemoda, com ANSA (19/11/2007)
A Advertising Standard Authority (ASA), órgão britânico responsável pelo controle de anúncios publicitários, lançou uma advertência às cenas de violência contidas em campanhas publicitárias.
As grifes Dolce & Gabbana e Diesel estão entre as empresas citadas pela organização, que denunciou a agressividade de duas publicidades da Dolce & Gabbana, nas quais as modelos empunham facas, e de uma da Diesel, em que as costas dos modelos apresentam feridas de golpes de chicote.
No entanto, uma propaganda do celular Motorola desenhado pela Dolce & Gabbana, não foi criticado. No anúncio, um dos dois modelos aparece usando o telefone como navalha, enquanto o outro tem um corte no rosto. Logo após ser lançada, esta última publicidade foi objeto de inúmeras polêmicas porque, segundo o jornal The Guardian de 19 de novembro, "consentia com a violência ligada ao uso da faca e em particular glamourizava a violência sexual".
Segundo os dados da ASA, o uso de cenas agressivas em campanhas publicitárias é um fenômeno em aumento contínuo, sobretudo quando se trata de moda, telefonia e decoração. Somente neste ano, o órgão britânico recebeu 1.749 denúncias relacionadas a 523 anúncios diferentes, o que representa um número recorde que até o fim do ano pode chegar ao dobro do registrado em 2006.
O grupo mais exposto a riscos, segundo especialistas, são os adolescentes, vistos os incidentes que foram registrados recentemente na Grã-Bretanha nessa faixa etária. A maior parte das reclamações condena o uso de facas e pistolas nas propagandas.
"As publicidades têm um forte poder de influência sobre os jovens: os anúncios contam histórias do mundo que os circunda", diz Ed Mayo, diretor do Conselho Nacional dos Consumidores. Entre as atribuições da ASA está também a proteção dos menores de 16 anos, evitando que propagandas potencialmente danosas e ofensivas sejam veiculadas.
Os dados chamaram a atenção do governo britânico, levando o primeiro-ministro Gordon Brown a propor um levantamento para estudar o impacto que a violência veiculada nos meios de comunicação tem sobre os jovens.
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