Portal da Família
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Eu não tenho dúvidas de que o ano de 2002 foi bom para muitas pessoas e muitas empresas. Tenho dúvidas quanto à maioria - e eu não preciso relembrar aqui as questões de toda ordem que comprometeram a saúde, a educação, a segurança, o lucro, o emprego, a alegria e a paz de todo mundo. Independente disso é pra frente que se anda, certo? Então, deve ser consenso de que todos esperamos um 2003 melhor que 2002, independente de quão bom este possa ter sido - para pessoas e empresas. A questão é: o que podemos fazer para
que isto não seja um simples desejo, cantado em coro nos jantares
de "reveillon" ou sussurrado, entre tosse, debaixo de algumas
pontes? No entanto, temos todos alguns instrumentos à nossa disposição que podem ajudar fortemente a transformar esse desejo em realidade: um deles é a firme convicção de que nada é impossível e que, portanto, os sonhos devem continuar; outro: uma inquebrantável vontade política e pessoal de fazer acontecer; também um sentimento ímpar de solidariedade e finalmente uma firme decisão de fazer a sua parte. Assim como a sociedade vem aprendendo a tomar conta de si mesmo - e aí estão as ONGs, as ações sociais das empresas e o imenso batalhão de voluntários para demonstrar isso - também as pessoas devem habituar-se a tomar iniciativas em favor de sua própria qualidade de vida e trabalho e não ficar dependendo da vontade ou das intenções alheias - sejam pessoas, empresas ou entidades públicas. Então, o que você pode fazer para que
2003 seja melhor? Se me fiz entender, é o seu coração quem vai motivar seus pensamentos de generosidade e solidariedade e quem vai mobilizar seu corpo e sua mente para que você os realize. Nosso novo Presidente da República já disse que vai priorizar o combate à fome no Brasil. Você nem precisa ser muito criativo para descobrir de que maneira pode fazer a sua parte - pequena ou grande, não importa: será relevante do mesmo jeito. Será sua contribuição ao seu semelhante e ao seu País. E na empresa? No trabalho, será também seu coração quem vai ajudá-lo a compreender o sentido real das suas tarefas diárias, transformando-as de "obrigação" em "missão". Quando dava meus primeiros passos em teorias de liderança e administração, li que "não há funções nem seres inferiores; inferior é cumprir mal sua missão". Acredito nisso até hoje, mais de 30 anos depois. Também será seu coração quem vai ajudá-lo a descobrir que o trabalho pode ser divertido, como já o descobrira o dr. Patch Adams, o inspirador dos Doutores da Alegria: "Em cada trabalho que tem de ser feito sempre existe um elemento de diversão. Se você achar a parte divertida, num estalar de dedos o trabalho se torna uma brincadeira." Ou o "guru" (arghhh!!!) Tom Peters: " A premissa número 1 no trabalho é que ele não precisa ser chato ou monótono. Deve ser divertido. Se não for divertido, você estará desperdiçando sua vida." Ou Léo Burnett, o magnata da publicidade: "Ninguém está nos negócios por diversão, mas isso não significa que não possa haver diversão nos negócios". Outra coisa que seu coração pode ensiná-lo: melhorar sua qualidade de vida no trabalho em 2003: fazê-lo entender que não vale a pena perder seu otimismo e seu bom humor por pequenas coisas - e esteja certo de que quase todas as coisas são pequenas, se comparadas com o seu direito de ser feliz, que é do tamanho do mundo. Seja responsável, leve o seu trabalho a sério, mas também leve a sério as demandas do seu coração por serenidade e alegria. Tente, de verdade! Não se considere pequeno diante dos problemas que a empresa tem a resolver. Pior do que fazer pouco é não fazer nada por achar que é muito pouco o que você pode oferecer. Tanto na empresa como na sociedade, cada um de nós é como um elo de uma corrente - todos os elos são igualmente importantes e nenhuma corrente pode abrir mão de um só elo que seja, sob pena de quebrar sua estrutura, sua unidade e sua finalidade. Foi pensando dessa maneira que em abril do ano passado decidi escrever artigos comportamentais buscando motivar a reflexão de empresários e profissionais em geral sobre a necessidade urgente de conciliarmos resultados com qualidade de vida no trabalho. Saber que uma pessoa tenta o suicídio a cada 3 segundos, em alguma parte do mundo e muitas vezes por razões ligadas ao trabalho, e que a cada 40 segundos uma delas consegue seu intento, me entristece. Saber que 70% dos trabalhadores brasileiros sofrem de estresse e que 30% destes estão no pior nível da doença, com tendências ao suicídio, me desconforta. Saber que as doenças que mais atacam os profissionais no trabalho são ansiedade, enxaqueca, depressão, insônia e gastrite me intranqüiliza. E saber que para cada duas demissões ocorridas no mercado, uma é gerada por incompatibilidade de convivência com o chefe imediato, me dá enjôos. Então decidi dar minha contribuição para ajudar a mudar esses quadros e comecei a escrever artigos. Admito que no começo pensei: "mas será que isso vai adiantar alguma coisa?". Mas optei por ser otimista (ou sonhador) e fui em frente. De abril a dezembro de 2002 escrevi e consegui publicar mais de 40 artigos - mais de um por semana, em média. A convite, já sou colunista fixo de dois sites e uma revista - e os artigos são transcritos regularmente por mais de uma dezena de outros sites e várias outras revistas dos mais variados segmentos (recursos humanos, psicologia, medicina, marketing), além de jornais de várias capitais e cidades do interior. Alguns artigos já foram até lidos em programas de rádios. Empresas e entidades de classe me pedem autorização para divulgá-los em seus veículos internos de comunicação ou para divulgá-los entre seus funcionários, via e-mail ou quadros de aviso. Na última semana de novembro tive o prazer de saber que um dos meus artigos foi publicado no "Diário Oficial" do Estado de S.Paulo (vol.112, No. 225, dia 26/11/02, caderno Junta Comercial). Não é a glória? Isso sem falar dos leitores que fazem questão de me informar que distribuíram meu artigo para todo seu "mailing" pessoal. Fico feliz em saber o quão longe minhas mensagens estão indo. Estou contando tudo isso para vocês não por vaidade pessoal, mas para ilustrar como podemos ir mais longe do que inicialmente pensamos que somos capazes. Ou seja, minha gotinha de contribuição cresce a cada artigo e a cada palestra e seminário - e se eu puder vou transformá-la num oceano. Todo profissional pode fazer a mesma coisa - e até muito mais. Talvez não escrevendo artigos ou dando palestras, mas utilizando outras competências, conhecimentos e habilidades pessoais e profissionais: representando, cantando, pintando, tocando, construindo - enfim, distribuindo conhecimentos e produzindo felicidade de alguma forma. Sozinho ou em grupo. Pouco ou muito. Com grande ou pequena freqüência. Para muitas ou para poucas pessoas. Mas, por Deus, tente! E preferivelmente, FAÇA! . Talvez você nem saiba que tem tanto talento a dar - ficará então duplamente feliz: pela descoberta e pela realização. Mas se tem consciência dele e nada faz, então é imperdoável não dar sua contribuição a uma comunidade que necessita de vários tipos de ajuda. Comece aos poucos, mas com firmeza. Pelos colegas mais próximos; depois, para outros departamentos, outras filiais. "A estrada de mil léguas começa por um passo", alguém disse. Sei que vou me repetir, mas quero lembrar, mais uma vez, que o todo é feito de partes. A melhoria das partes inevitavelmente melhorará o todo. Isto vale para você, se pensar no autodesenvolvimento. Vale para o seu trabalho se você pensar na equipe. Vale para o produto final se o foco forem todos os colaboradores. Cumpridas essas etapas, você estará a um passo da comunidade e do começo de uma longa jornada. Portanto não me pergunte até onde você poderá chegar. Sonhador incorrigível que sou, claro que responderei: "lógico que às estrelas, meu caro". Você duvida? (*) Floriano Serra é
psicólogo, palestrante e consultor de empresas na área comportamental
e presidente do IPAT -Instituto Paulista de Análise Transacional
(www.ipat.com.br) e da SOMMA4 Desenvolvimento Pessoal e Organizacional.
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