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Meu filho é desobediente?

por Teresa Artola González

É possível que você se queixe com freqüência de que seu filho seja desobediente se:
  • Ele não lhe escuta quando você pede algo.
  • Não quer se deitar.
  • Briga continuamente com seus irmãos.
  • Responde mau.
  • Não estuda na hora conveniente.
  • Não arruma seu quarto.
  • Discute quando lhe encarregam de algo.
Poderíamos afirmar que seu filho atua de forma desobediente quando:
  • Ele se nega a iniciar ou completar uma ordem em um prazo determinado de tempo.
  • Se nega a interromper uma conduta quando você lhe pede.
  • Não respeita uma norma ou costume estabelecido.
  • Leva a cabo explicitamente aquilo que se proibiu.
Entretanto, também há caso em que, ainda que seu filho cumpra suas ordens, ele não mostra sinais de obediência. Como, por exemplo, quando:
  • Cumpre com suas exigências de forma rotineira, mas não se estabelece a fazer bem as coisas.
  • Faz estritamente o que se pede aplicando a "lei do mínimo esforço", por exemplo, coloca a roupa no armário mas deixando-a de forma toda enrolada.
  • Obedece resmungando, e com cara feia.
  • Diz que vai cumprir, mas, na realidade, não o faz.
  • Procura todo o tipo de desculpas para não obedecer:
  • Discute com você sobre as ordens e tenta persuadir-lhe para que lhe examine seu cumprimento.
  • Cumpre mas não o faz a não ser para obter algum benefício ou prêmio material. Por exemplo, arruma seu quarto para que você lhe dê dinheiro.

Se nasce obediente ou se aprende?

Muitos pais lamentam de que seus filhos sejam desobedientes e se perguntam por que saíram assim. Alguns pensam que é questão de sorte e invejam aos filhos de seus parentes ou vizinhos, que são melhores que os seus.

Entretanto, ainda que por temperamento há crianças mais inquietas que outras, hoje está claro que a influência de fatores genéticos ou hereditários é pouco relevante no caso das virtudes humanas.

A OBEDIÊNCIA TAMBÉM SE APRENDE

Seu filho não nasce obediente ou desobediente, mas aprende a sê-lo em função dos estímulos que você lhes dá e de como reage ante seu comportamento. Para que uma criança seja obediente e se comporte de forma adequada há que ensinar-lhe a fazê-lo. Se conhecemos como devemos atuar, a tarefa resulta muito mais fácil.

Um dos defeitos mais freqüentes que se observa hoje em dia nos pais é a escassa exigência e disciplina que exercem com os filhos. Muitos pais hoje pecamos excessivamente por sermos brandos com os filhos quando:

  • Perdoamos os castigos que lhes damos.
  • Permitimos que não cumpram com aquilo que lhes pedimos.
  • Deixamos que acabem saindo-se com uma das suas.
  • Não lhes responsabilizamos pelas tarefa do lar.
  • Não lhes exigimos no estudo.
Como conseqüência de tudo isso, o sentido da obediência vai se deteriorando.

Não colocamos em dúvida a boa vontade dos pais, nem que fazem todo o possível para educar adequadamente. O problema está em que ninguém nos ensinou como devemos tratar ou educar aos filhos. Parece que se pensa que educar é uma ciência infusa que não requer aprendizagem.

OS PAIS DEVEMOS APRENDER A EDUCAR

Nesta vida nos preparamos para tudo: fazemos curso para aprender a dirigir, para aprender a cozinhar e inclusive quando compramos um cão lemos um livro sobre a melhor forma de adestrar-lhe. Entretanto com a educação de nossos filhos procedemos ao acaso. E ao não ter confiança em como devemos atuar nos resulta difícil adotar decisões e exercer a autoridade com nossos filhos.

Além disso, nos últimos anos esteve muito difundida a idéia de que para que os filhos sejam felizes, não devemos reprimir-lhes, mas que devemos deixar-lhes que se desenvolvam com espontaneidade e liberdade. No entanto:

A DISCIPLINA E AUTORIDADE SÃO NECESSÁRIAS PARA O EQUILÍBRIO PSICOLÓGICO DA CRIANÇA

Dêem-lhe segurança e estabilidade, dêem ordem a sua vida e ofereçam-lhe uma imagem de pais firmes e seguros aos quais pode tomar como modelos. Quando os pais se mostram indecisos quanto à forma de tratar a seus filhos, estes o captam e isso afeta a seus próprios sentimentos de segurança e bem estar. Por isso, quando os pais se mostram indecisos oferecem a seus filhos uma fabulosa oportunidade de comportar-se de forma caprichosa e desobediente.

Algum pai, por exemplo, quando seu filho se comporta mau, às vezes reage energicamente, lhe castiga, e inclusive às vezes é possível que recorra aos gritos e inclusive a bater-lhe.

Então, seu filho chora e é possível que lhe acuse de crueldade e lhe faça sentir-se culpado. Quando se sente culpado tenta reconciliar-se de novo com seu filho dando-lhe alguma recompensa para que não chore, e é possível que, quando volte a atuar da mesma forma, jogue a toalha, renuncie e brigue com ele.

Assim quando pede a seu filho que arrume seu quarto e sua roupa, que está toda jogada pelo chão, e ele se faz de surdo, é possível que lhe "dê um ataque de nervos" grite, e dê umas boas "palmadas" pela desobediência. Seu filho começa a chorar e lhe diz que não lhe quer, que vai sair de casa. Você reage recolhendo as coisas para que não chore ou prometendo-lhe alguma recompensa para que se cale. Sem dar-se conta está reforçando seu comportamento desobediente.

Pelo contrário, os pais promovem o sentimento de segurança de seus filhos quando sabem exercer a autoridade. Quando a criança sabe exatamente o que espera dela e conhece os limites e as normas que deve cumprir, quando lhe exige, sempre que esta exigência esteja acompanhada de carinho.

EM UM AMBIENTE DE EXIGÊNCIA, OS FILHOS VIVEM MAIS SEGUROS E FELIZES

TERESA ARTOLA GONZÁLEZ é doutora em Psicologia pela Universidade Complutense de Madri e Master em Educação Familiar pelo E.I.E.S (Educational Institute of Educational Sciences). Desenvolve um amplo trabalho de pesquisa e docente no campo da Psicologia Infantil e é professora da Escola Universitária Europea da Educação de Fomento de centros de Ensino. É autora de diversas publicações em sua maior parte dedicadas aos problemas de aprendizagem, sua avaliação e tratamento.

do livro Como resolver situações cotidianas de seus filhos de 6 a 12 anos


 

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