Portal da Família
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Ciúmes entre namorados(Ciúmes em Família VI) |
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André Pessoa |
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A frase do pequeno príncipe, “você se torna responsável por aquilo que cativas”, propõe que os próprios atos sejam assumidos com maturidade. Esta frase tem um amplo alcance, pois o ser humano, intrinsecamente social, não vive isolado e, queira ou não, cria vínculos com todas as pessoas com quem se relaciona, sejam os vizinhos, amigos ou colegas do trabalho. Há que se distinguir, entretanto, o ato de cativar do “se tornar cativo do outro”, o que não se aplica aos relacionamentos que antecedem ao matrimônio. Afinal, até o pequeno príncipe, para crescer, abandonou sua rosa ciumenta. A ressalva feita aos laços matrimoniais poderia significar que os cônjuges seriam mutuamente cativos? Não deixa de ser uma maneira simpática de expressar a escolha definitiva que o casal faz ao fundir suas vidas em uma única, com o fim de formar uma família. O primeiro tributo, a Deus, ao criador de todas as coisas, para logo em seguida dá-lo ao cônjuge, para somente depois priorizar aos demais familiares, incluindo os filhos, às responsabilidades profissionais, aos amigos, aos vizinhos, etc.. Este invejável prestígio que conquista o cônjuge ao contrair o matrimônio, está intimamente ligado ao pensamento do pequeno príncipe, por estar este vinculado à promessa definitiva assumida perante o Criador. No relacionamento que antecede ao matrimônio, as responsabilidades seguem uma dinâmica distinta. Sem dúvida menos cartesiana, Deus em primeiro plano, seguido da atenção aos familiares, das responsabilidades de estudo e profissionais, dos amigos, para em seguida vir o namorado e os demais cidadãos. Os sentimentos podem querer impor dinâmica diferente, mas a razão e juízo, cedo ou tarde,são determinantes... E os namorados percebem que não contam de fato com o prestígio que imaginam, advindo os ciúmes. Consideremos por exemplo uma pessoa com família constituída, e perguntemos que importância tem para a realidade atual dele, os relacionamentos que tinha quando estudante. Divagará seu tempo de estudante que talhou a personalidade do profissional de hoje, e se perguntará o que lhe roubou o tempo que o teria feito mais culto e preparado. Comentará a importância de seus irmãos e pais no apoio às intempéries, ao compartilhar as alegrias e sucessos. As amizades que fez na época, apoio durante anos e que se mantêm até hoje. Foram estes relacionamentos verdadeiros incentivadores à auto-superação. Por último, se perguntarmos sobre os namoros, nos dirá... Ah, é! Se transformaram em relacionamentos distantes, principalmente depois de ter contraído o matrimônio. E lamentará possivelmente terem sido os culpados pelo tempo desperdiçado. Um namoro ciumento, que por sua demanda excessiva de atenção, pode ter sido responsável por menos horas de estudos, menor empenho no crescimento pessoal ou pelo distanciamento de algumas amizades... Que voltaram a se fortalecer somente depois que terminou. Não há dúvida que o namoro cresce em importância ao propiciar o conhecimento mútuo, e é exclusivista neste sentido, mas somente neste. Não autoriza o sentimento de posse do outro e não reivindica para si o tempo de estudo, de conhecimento do mundo, de desenvolvimento pessoal, do tempo dedicado aos amigos. Se considerarmos que todo namoro tem um quê de ciumento, melhor seria adiá-lo para que tal compromisso seja assumido já próximo ao final do curso universitário, quando a realidade profissional começa a tomar forma, e o namoro tem maior chance de ser base de uma nova família. Quando o namoro perdura por alguns anos, e o outro reclama maior exclusividade, há que lhe sugerir que então pense em ser menos egoísta e assuma o compromisso definitivo através do matrimônio. Enquanto isto, que siga menos ciumento e se contente com o prestígio que tem em relação ao culto a Deus, às amizades pessoais, às responsabilidades de estudo, familiares, de cidadania e profissionais. |
Este artigo faz parte de uma série de textos intitulados Ciúmes em Família, de André Pessoa Ciúmes em família 1: A chegada de um novo irmão Ciúmes em Família 2: Entre irmãos Ciúmes em Família 3: Brigas entre irmãos Ciúmes em Família 4: Os ciúmes dos pais em relação aos filhos Ciúmes em Família 5: Entre cônjuges Ciúmes em Família 6: Entre namorados Veja também a série:
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André Pessoa é pai de seis filhos, Mestrado em Orientação Familiar por Navarra, ministra cursos e palestras de Educação de Filhos desde 1995; Graduado pelo IME (Engenharia), Pós-Graduado pela PUC (Administração), FGV (Contabilidade Gerencial), ISE (Programa de Treinamento de Executivos) e Navarra (Orientação Familiar); Consultor da Accenture. Publicado no Portal da Família em 02/07/2013 |
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