Portal da Família
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Ciúmes em Família II: Entre irmãos |
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André Pessoa |
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A chegada de um novo bebê pode gerar comportamentos inusitados nos irmãos mais velhos, antes raros, como ciúmes, desobediência para chamar a atenção ou pirraça. O que fazer para evitar as crises de ciúmes? Um dos segredos é tratar cada filho como único. Aliás, filho único não somente nosso, mas também de Deus, que nos delegou a responsabilidade temporal de educá-los. Paradoxo: quem tem que se sentir dono de nossos filhos são os irmãos entre si. Há que fazer ver ao irmão mais velho que o mais novo é dele, é o irmão dele!!! Não lhe pertence como um brinquedo, mas como companheiro das brincadeiras, como um depositório de amor fraternal, um “aluno” a quem dar bom exemplo. De nossa parte, vale evitar posturas que bloqueiem o relacionamento entre os irmãos, como elogiar constantemente as gracinhas do menor. Ou atitudes que quebrem a sensação de responsabilidade dos mais velhos, como não permitir que eles ajudem a vestir os menores. Ou palavras que descriminem como desabafar diante da família que o novo irmão lhe mina as energias e aborrece. Ou se deixar explodir em reclamações e sentimentos negativos em relação ao menor, por proporcionar tantas noites mal dormidas. Os mais velhos podem internalizar essa revolta e passar a maltratar o novo integrante da família. Seria também injustiça focar maior atenção aos maiores porque as necessidades intelectuais dos pequenos são menores. Há atitudes positivas que ajudam a superar os ciúmes entre irmãos. Ser criativo em multiplicar momentos de “estar com cada um”, quando toda a atenção pode ser dispensada em particular sem prejuízo aos demais. Distribuir tarefas aos maiores relacionadas com os irmãos menores para reforçar o sentido de responsabilidade dos mais velhos pelos mais novos, agradecer os esforços e a colaboração na criação dos menores, valorizar positivamente toda ajuda, por menor que seja. Em suma, criar espírito de equipe entre os irmãos e mostrar-lhes o papel de cada um na gestão familiar. A grande família pode inadvertidamente gerar também desconforto entre os irmãos. Neste sentido temos sempre que estar atentos aos presentes dos familiares, tios e avós, e aconselhá-los, para que não evidenciem favorecimentos e preferências. Quando o ciúme se manifesta, o remédio é direcionar mais carinho ao irmão que passa pela crise, de tal forma que se sinta querido, e a supere. Se há pirraça, a solução é ignorá-la, e deixar que a criança esperneie até cansar... Por mais escândalo que tal atitude provoque nos vizinhos, parentes e transeuntes. Fora da pirraça, aí sim, muito carinho. Superar uma crise de ciúmes significa maior amadurecimento aos mais velhos. É muito natural que os filhos peçam aos pais para a família aumentar, pois a alegria cresce exponencialmente. Em uma família de dois filhos, por exemplo, existem seis relações interpessoais. Com a chegada do terceiro filho passa a haver dez relações! É uma maravilha! Os ciúmes ficam então menos freqüentes, pois a alegria crescente ajuda a neutralizar e superar de longe as pequenas crises de ciúmes que, se vierem, são bem vindas, pois são motivos de crescimento e amadurecimento de todos. Parabéns aos que decidem proporcionar aos seus filhos a alegria de terem mais irmãos. |
Este artigo faz parte de uma série de textos intitulados Ciúmes em Família, de André Pessoa Ciúmes em família 1: A chegada de um novo irmão Ciúmes em Família 2: Entre irmãos Ciúmes em Família 3: Brigas entre irmãos Ciúmes em Família 4: Os ciúmes dos pais em relação aos filhos Ciúmes em Família 5: Entre cônjuges Ciúmes em Família 6: Entre namorados Veja também a série: |
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André Pessoa é pai de seis filhos, Mestrado em Orientação Familiar por Navarra, ministra cursos e palestras de Educação de Filhos desde 1995; Graduado pelo IME (Engenharia), Pós-Graduado pela PUC (Administração), FGV (Contabilidade Gerencial), ISE (Programa de Treinamento de Executivos) e Navarra (Orientação Familiar); Consultor da Accenture. Publicado no Portal da Família em 08/09/2011 |
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